A 25 de janeiro a Fundação para as Comunicações Móveis – também conhecida por Fundação Magalhães – celebrou um contrato para a “realização de revisão independente da conformidade das contas do Programa e.Escola”. A 26 de fevereiro foi estabelecido outro acordo para a "auditoria às demonstrações financeiras de 2013". Mais tarde, a 30 de junho, era assegurado um contrato de um ano com uma empresa de limpeza.



Estes até podiam ser negócios normais, não tivessem como contratantes uma entidade à qual o Estado já deu ordem de extinção em 2011 e que no final de 2013, de acordo com previsões do Governo, já devia estar extinta. Escreve o jornal i, que avança com a notícia, que desde que o Governo disse que a FCM era para fechar, o organismo já gastou perto de meio milhão de euros em contratos.



Desde setembro de 2011 que já foram estabelecidos 18 contratos, sendo que o grupo de auditoria e consultoria PriceWaterhouseCooper foi a “beneficiária” de dois dos três contratos celebrados este ano.



Em novembro de 2013, tal como o TeK deu conta na altura, a Fundação para as Comunicações Móveis nomeou um novo Conselho Geral que de imediato começou a trabalhar para saldar uma dívida de 32 milhões de euros às três operadoras de comunicações móveis – Meo (então TMN), NOS (então Optimus) e Vodafone.



Esta dívida às operadoras seria o último grande entrave à extinção da FCM. O i tentou saber junto das operadoras e do ministério da Economia se a dívida já estaria saldada, mas não recebeu nenhuma resposta.



O ministério liderado agora por Pires de Lima também ainda não respondeu porque é que a fundação continua ativa e a celebrar contratos e para quando está prevista a sua extinção definitiva.



A Fundação das Comunicações Móveis estava responsável pela gestão do programa e.escola e e.escolinhas, tendo distribuído pelos alunos e escolas portuguesas vários milhares de computadores Magalhães. Entre 2008 e 2010 a entidade recebeu do Estado perto de 450 milhões de euros.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico