Durante anos, a Google terá operado um projeto secreto que lhe permitia recolher informações sobre anunciantes para melhorar a sua plataforma de publicidade e ganhar vantagem sob as suas rivais, gerando centenas de milhares de dólares em receitas para a empresa.

O The Wall Street Journal indica que o nome “Project Bernanke” foi revelado inadvertidamente em documentos submetidos pela Google durante um processo antitrust avançado pelo estado norte-americano do Texas no ano passado, o qual defendia que a gigante de Mountain View estava a usar táticas anticoncorrenciais na sua plataforma de publicidade.

Na versão incorretamente censurada dos documentos a que o jornal teve acesso, a empresa explicava que o “Project Bernanke” recorria a dados de licitações anteriores no Google Ads para aumentar significativamente as hipóteses de os anunciantes que trabalhavam com ela ganharem um espaço privilegiado para os seus anúncios. A Google não terá informado os anunciantes em questão da existência do projeto.

Em resposta, a Google confirmou a existência do “Project Bernanke”, embora os seus detalhes estejam agora vedados, uma vez que a documentação correta já foi submetida. A empresa nega que os documentos descrevessem um uso inapropriado de informações exclusivas. De acordo com Peter Schottenfels, porta-voz da Google, a queixa apresentada pelo estado do Texas “deturpa em muitos aspetos” o negócio de anúncios que está a ser operado pela empresa.

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Recorde-se que, em outubro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) processou a Google depois de uma investigação de 16 meses, acusando-a de abusar da sua posição dominante no mercado e de prejudicar a concorrência. O processo representa a maior ação legal antitrust tomada pelo governo desde o caso contra a Microsoft em 1998.

O DOJ e os representantes de 11 estados norte-americanos argumentam que a Google utiliza uma rede de negócios ilegais para manter a sua posição privilegiada no mercado de motores de busca para smartphones e que as suas práticas estão a reduzir o poder de escolha dos consumidores, além de “sufocarem” a concorrência.

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