A notícia foi avançada por Eric Schmidt e detalhada pelo gabinete do presidente francês Sarkozy, numa nota de imprensa. A Google vai fixar em França um Instituto Europeu da Cultura, que centralizará todas as iniciativas europeias da empresa, na área da cultura.



A estrutura funcionará como centro de investigação e desenvolvimento e será também um elemento de ligação às universidades francesas, que receberão financiamento para a realização de programas de investigação relacionados com a Internet social, engenharias e humanidades.



No comunicado, a presidência francesa sublinha que a escolha de França para fixar o novo instituto mostra "a atractividade do território francês e a competitividade da sua organização legal e fiscal, mas acima de tudo a qualidade dos seus engenheiros, universidades e especialização tecnológica".



A Google, por seu lado, assegura que França foi escolhida pela sofisticação do seu mercado publicitário, elevada penetração da Internet e dos serviços Google. Mas, o que também se especula de algum peso na decisão é a posição defendida pelo Governo francês há alguns meses e consubstanciada num estudo. No início do ano veio a público a possibilidade de França criar um imposto sobre as receitas publicitárias dos motores de busca, como forma de compensar os criadores de conteúdos digitais.



É também sabido que Sarkozy é um dos dirigentes europeus que mais defende a criação de uma biblioteca digital europeia forte e concorrente ao Google Books, como forma de assegura a pluralidades das línguas europeias na Internet como, aliás, já defenderam outros presidentes franceses.



Na apresentação do novo projecto o presidente francês preferiu, no entanto, destacar a necessidade de "um diálogo equilibrado e construtivo entre a Google e as indústrias culturais francesas e europeias".



O Instituto será dirigido por um comité científico, do qual farão parte especialistas e personalidades de alto nível. Segundo a Google, será também um veículo para acelerar a digitalização de livros, revistas e documentos.