A Intel ganhou um reforço de peso na contestação à coima recorde imposta pela União Europeia por práticas anticoncorrenciais. Esta quinta-feira, em recomendação, o Procurador-Geral do Tribunal de Justiça da UE, Nils Wahl, interveio em defesa da empresa.

"O recurso da Intel contra a imposição de uma multa de 1,06 mil milhões de euros por abuso de posição dominante deveria ser acolhido. O caso deve ser remetido de volta para o Tribunal Geral para uma nova apreciação", defendeu. De acordo com a sua exposição, o Tribunal não conseguiu comprovar que os pagamentos oferecidos pela tecnológica a outras empresas tenham sido, de facto, práticas anticoncorrenciais, tal como os negócios consagrados com a Lenovo não se comprovaram prejudiciais para os consumidores europeus.

A opinião do sueco é contrastante com aquilo que tem sido a postura europeia para com casos desta natureza e pode representar um argumento de peso nos casos semelhantes que a Comissão tem com a Apple, a Google e a Amazon.

Segundo noticia a Reuters, o Tribunal de Justiça da UE vai tomar uma decisão relativamente a este caso nos próximos meses. Os desfechos são, geralmente, concordantes com a posição dos conselheiros. Os anteriores recursos da Intel cairam por terra face à resistência das autoridades, o que torna mais real a possibilidade de aplicação da multa.

Em 2009 a Comissão Europeia decidiu punir a Intel por utilizar estratégias comerciais abusivas contra a concorrente AMD (Advanced Micro Devices) que consistiam em pagamentos a fabricantes como a Dell, a HP e a Lenovo para comprarem componentes da Intel para os seus produtos.