Mercado de smartphones na China dá sinais de recuperação, mas Apple continua em queda livre

Rui Parreira

23 abr 2024 17:49

Os dados de vendas relativas ao primeiro trimestre de 2024 dão nota de um crescimento de 1,5%. A Huawei foi a empresa que mais cresceu em contraste com a Apple que continua a cair a pique.

O novo relatório da Counterpoint dão nota de um crescimento de 1,5% das vendas de smartphones na China face ao período homólogo do ano anterior e 4,6% quando comparado com o trimestre passado. O crescimento do mercado, ainda que pelas margens mínimas, reflete a excelente forma que a Huawei está a atravessar no mercado, tendo registado um crescimento de 69,7% neste mesmo período.

Além da Huawei, também houve um crescimento da Honor em 11,5% e a Xiaomi de 8,6%. Mas olhando para o outro lado do espectro, a Apple continua a ter resultados desapontantes, mantendo a queda a pique no mercado, registando uma quebra de 19,1%. Também a Oppo registou uma diminuição de 15,5% nas vendas e a Vivo em 0,4%.

Ainda assim, a Vivo mantém a liderança no mercado chinês com uma quota de 17,4%, seguindo-se a Honor com 16,1% e a Apple fecha o pódio de forma tangencial com 15,7%. Apenas duas décimas separam-na da Huawei que assume o quarto lugar com 15,5%, a Oppo em quinto com 15,3% e a Xiaomi no sexto com 14,6%.

De observar que o mercado da China se encontra neste momento praticamente repartido pelas seis fabricantes. A analista diz mesmo que este primeiro trimestre do ano foi o mais competitivo de sempre, com apenas três pontos percentuais a separar as principais fabricantes.

Segundo os dados da Counterpoint, o crescimento da Huawei deve-se sobretudo ao lançamento dos smartphones Mate 60 que têm capacidade 5G, dando-lhes grande vantagem no segmento premium para equipamentos acima dos 600 dólares. Os modelos X50 e Play 40 da Honor continuam bastante populares, tendo ajudado a aumentar o seu crescimento. Do lado da Vivo, os modelos Y35 Plus e os Y36 ajudaram a colocar a fabricante no topo das que mais vende. O relatório aponta ainda que as promoções de vendas durante as festividades do Novo Ano Chinês ajudaram o mercado.

Apesar do trambolhão da Apple, que se regista desde as primeiras semanas de janeiro, os analistas da Counterpoint estão otimistas para a recuperação do iPhone, pela observação de melhoramento lento semana após semana. A introdução de novas opções de cor e algumas iniciativas de venda mais agressivas, o segundo trimestre poderá ser maior para a Apple. As novidades apresentadas em junho na WWDC poderão também aumentar o entusiasmo do público chinês. Já a adoção da IA nos futuros modelos de todas as marcas podem contribuir para um crescimento mais significativo do mercado.