O mercado das interfaces computacionais cerebrais representa todas as tecnologias que permitam descodificar sinais neurais, ou melhor, reproduzir os pensamentos das pessoas em ações. A Neuralink é a startup mais conhecida, por pertencer ao magnata Elon Musk, que já começou a testar os implantes em pacientes. Mas existem outras que também já estão no terreno, como a Precision Neuroscience que ganhou destaque pela sua solução de interface menos invasiva.
A base da tecnologia parte por ligar sensores e elétrodos ao cérebro, que são capazes de descodificar os sinais neurais, registando a sua atividade. Os dados podem ser utilizados para fazer mexer cursores, controlar teclados, reproduzir voz ou mesmo movimentar um exosqueleto. Pessoas com deficiências motoras ou vítimas de acidentes que causaram danos na espinha dorsal, tenham ficado tetraplégicos ou outros problemas físicos podem ganhar mais qualidade de vida através da tecnologia.
O mercado ainda é recente, mas um estudo da IDTechEx chamado “Brain Computer Interfaces 2025-2045: Technologies, Players, Forecasts” destaca as oportunidades tecnológicas tanto para os meios invasivos e não invasivos nos próximos 20 anos. E estima que este mercado dos chips neurais cresça para cerca de 1,6 mil milhões de dólares até 2045.
A IDTechEx refere que os equipamentos não invasivos se estabeleceram no mercado para a monitorização do cérebro, mas que o potencial para interfaces computacionais cerebrais ainda está para ser totalmente realizado. Mas aponta que a tecnologia continua a melhorar e com isso, as técnicas de processamento de dados. Os wearables e os headsets de realidade virtual e aumentada são um complemento a este segmento.
As tecnologias de rastreamento ocular e das mãos, assim como a eletromiografia vão ser algumas das responsáveis pela evolução deste segmento. “Com cada vez mais demonstrações de interfaces não invasivas a serem usadas para controlar a mente no gaming, no controlo de cadeiras de roda ou descodificação de voz, o sector está a criar pressão nos menos acessíveis formatos invasivos”.
Já das técnicas evasivas, a popularidade das empresas como a Neuralink e Blackrock Neurotech têm chamado à atenção pública, pelos testes bem-sucedidos realizados em humanos, o que significa maior tração para os investidores. A IDTechEx diz que quando o mercado crescer, mais players vão entrar na corrida para desenvolver as ferramentas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Mas para isso será necessário ultrapassar os desafios ligados à pressão de demonstrar resultados e os riscos associados à colocação dos implantes.
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