A Microsoft atrasou de julho para setembro, um regresso mais expressivo dos colaboradores ao escritório, uma decisão que outras multinacionais têm também tomado, por questões de segurança e precaução, relativamente à pandemia. A Alphabet (dona da Google), remeteu ainda no final do ano passado e também para setembro o mesmo passo, enquanto empresas como a Salesforce ou o Spotify assumiram completamente o trabalho à distância como modelo preferencial e estão a reorganizar-se nesse sentido.   

No caso da Microsoft, a empresa confirmou ao The Verge, que a decisão reflete os “contactos permanentes com especialistas de saúde” e que o regresso não acontecerá antes de 7 de setembro. 

Num email interno, citado pela publicação, a empresa sublinha que a decisão pretende dar maior flexibilidade aos colaboradores, para organizarem o verão. Também salienta que os responsáveis de cada escritório têm liberdade para atrasar novamente o regresso ao trabalho presencial, se a situação sanitária continuar a representar um risco elevado na sua área geográfica.     

Em Portugal os 1200 colaboradores da empresa vão continuar em casa

A Microsoft tem estado a promover um regresso faseado ao trabalho presencial. A nível global, terão regressado aos escritórios cerca de 20% dos colaboradores da empresa, que tem vindo a defender modelos de trabalho híbridos e que já recorria a eles antes da pandemia, tirando partido das várias ferramentas de produtividade que comercializa.

Por cá, e tendo em conta que "o teletrabalho continua a ser obrigatório em todo o território de Portugal continental, até 31 de dezembro, iremos continuar a cumprir com a legislação definida pelo Governo", disse ao SAPO TeK fonte oficial da Microsoft Portugal.

Os 1.200 colaboradores que a empresa tem em Portugal estão "a trabalhar remotamente desde março do ano passado e adaptados a este formato. A tecnologia permite-nos garantir a continuidade do negócio e o constante acompanhamento dos colaboradores e dos clientes, uma prática que já era habitual anteriormente", refere a mesma fonte.

A Microsoft Portugal sublinha ainda que tem como prioridade a "segurança dos 150 mil trabalhadores distribuídos pelos 190 mercados" e, como tal, "acompanha a situação em cada país e reúne com regularidade de forma a seguir as orientações do Governo e das autoridades de saúde a nível local e adotar as medidas adequadas".

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Um estudo publicado em outubro do ano passado pela tecnológica mostrava os efeitos do trabalho remoto na forma como empresas e colaboradores olhavam para o tema e deixava pistas claras de que nada será como antes, nesta área. 

A pesquisa, realizada com o Boston Consulting Group e a KRC Research, em 15 países europeus, também incluiu Portugal e sobre a realidade local revelava que 92% dos líderes empresariais planeiam dar continuidade a modelos de trabalho híbridos, mesmo depois da pandemia. O estudo também sublinhou que, se em 2019 apenas 15% das empresas em Portugal consideravam políticas de trabalho flexíveis, um ano depois 86% já ponderava este tipo de abordagem. 

Nota de redação [17:44]: Notícia atualizada com declarações da Microsoft Portugal.