Durão Barroso deu hoje a conhecer os principais nomes daqueles que o vão acompanhar neste 15º Governo Constitucional. Entre eles está Pedro Lynce que foi nomeado ministro do recém-criado ministério da Ciência e do Ensino Superior, que embora resultante da divisão do actual Ministério da Educação em dois, irá funcionar independentemente daquele pelouro.



Herdando grande parte das matérias do anterior Ministério da Ciência e da Tecnologia, Pedro Augusto Lynce de Faria poderá assim ser considerado o sucessor de Mariano Gago, que durante os seis anos de Governo guterrista ocupou - estavelmente - o lugar de ministro da C&T, o primeiro e único até agora, em Portugal.



Fazendo uma ronda pelos modelos adoptados nos restantes países da União Europeia podemos ver que, por exemplo, a Suécia e a Irlanda decidiram juntar a Educação e a Ciência num só ministério, enquanto a Áustria optou pela fórmula Transportes, Inovação e Tecnologia. Já a Espanha, Reino Unido e Dinamarca mantêm ministérios da Ciência e Tecnologia - com uma ligeira variação para o último país que lhes acrescenta a Inovação -, o modelo ministerial escolhido pelo anterior governo.



O recém-nomeado ministro da Ciência e do Ensino Superior, de 59 anos de idade, é doutorado em Ciências Agronómicas, tendo desempenhado as funções de Secretário de Estado do Ensino Superior, durante a vigência dos últimos dois governos de Cavaco Silva.



Além da criação do Ministério da Ciência e do Ensino Superior - para articular adequadamente, a nível governamental, a política de ensino com a política de ciência e tecnologia -, no programa de governo apresentado, o PSD afirmava ainda que pretendia destinar um por cento do PIB a despesas públicas e privadas na área de Investigação e Desenvolvimento antes de 2010. Ao mesmo tempo era ainda referido que apostaria no desenvolvimento de uma série de clusters empresariais avançados, abrangendo áreas como a do software e a do multimédia e na criação de uma Rede de Conhecimentos Tecnológicos Avançados baseada na Internet (Intertec), em cooperação com as instituições de ensino superior, laboratórios do Estado e empresas tecnológicas (ver Notícias Relacionadas).



Outros objectivos estabelecidos a nível da educação são a promoção do ensino tecnológico e profissional "de forma a dotar de competências adequadas todos os alunos que tendo concluído a escolaridade básica, desejam entrar no mercado de trabalho" e o investimento em programas de formação contínua de professores, em especial, na área das tecnologias da informação e do multimédia.



O programa dos sociais-democratas observava ainda a criação de uma rede na Internet exclusivamente destinada a professores e designada por INTERDOC.



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