O Ministério da Economia e Inovação arrancou ontem com o primeiro de um conjunto de conferências/debates sobre o Plano Tecnológico. O objectivo dos encontros é reunir personalidades para discutir temas nesta matéria. O primeiro dos encontros foi subordinado ao tema Empreendedorismo e Inovação: Instrumentos de Riqueza.
Convidado a participar no encontro, Guillermo de la Dehesa do Centre for Economic Policy Research em Londres traçou as principais diferenças entre União Europeia e Estados Unidos que contribuem para diferentes níveis de produtividade e inovação nas duas regiões económicas.
O especialista sublinhou uma maior utilização do trabalho (em horas) nos Estados Unidos como um dos principais factores para uma maior produtividade e uma renda média por habitante cerca de 30 por cento acima da verificada na UE.
Guillermo de la Dehesa referiu ainda aspectos como a existência de um mercado único (na moeda e na língua), a capacidade de transferir rapidamente o conhecimento da esfera militar (onde nasceram muitos eventos cruciais para o desenvolvimento da economia dos EUA) para as empresas, a existência de um sistema de protecção de propriedade intelectual mais eficaz ou o maior nível de investimentos em R&D como elementos que beneficiam os Estados Unidos numa comparação com a Europa.
Relacionado com este último aspecto está o facto de nos Estados Unidos 15 por cento de toda a produção industrial estar ligada à tecnologia, quando na Europa essa percentagem se reduz para os 6 por cento, de acordo com dados da OCDE.
A menor aposta nas áreas da investigação na Europa contribui ainda para uma deslocalização do conhecimento e dos recursos especializados. Actualmente existem 45 investigadores europeus a trabalhar nos Estados Unidos, sublinhou o responsável.
Guillermo de la Dehesa apontou ainda a menor regulamentação do mercado americano e o desenvolvimento avançado do mercado de capital de risco como aspectos fundamentais para promover a inovação nos Estados Unidos.
No mesmo encontro participaram ainda Rui Guimarães, da COTEC, Armindo Monteiro, presidente da ANJE e Stefan Meisiek, Professor de Empreendedorismo da Universidade Nova de Lisboa
Manuel Pinho encerrou o encontro relembrando que o Plano Tecnológico é uma peça central na estratégia do Governo e referindo que neste plano cabem um conjunto de medidas transversais, algumas delas já postas em marcha, como o ensino do inglês no primeiro ciclo, a criação de empresas na hora ou a reformulação do PRIME.
O Ministro da Economia acrescentou que entre as prioridades do Governo para o futuro, nesta matéria, estão tornar possível o licenciamento na hora e a extinção de empresas na hora.
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