
A soberania tecnológica é um tema antigo que ganhou novo folêgo com a chegada da administração Trump ao poder nos Estados Unidos e a prioridade dada pelo país a políticas nesse sentido, que expõem ainda mais a necessidade de a Europa acelerar o passo para marcar uma posição no mesmo domínio.
Alessandro Gropelli, diretor-geral da Connect Europe, veio a Lisboa, ao Congresso das Comunicações, reafirmar a importância de três temas, se a Europa quer assegurar a sua soberania tecnológica e depender cada vez menos dos Estados Unidos e da China e não o inverso.
A regulação é uma das grandes áreas de intervenção destacadas pelo líder da organização que representa os fornecedores de serviços e redes de conectividade na Europa. “Temos de decidir que leis são essenciais e mantê-las. E temos de remover todas as outras que fomos acumulando ao longo dos anos”.
Aplicando a máxima ao mercado das telecomunicações, sublinhou que a Europa tem-se preocupado em regular para ter um mercado europeu de comunicações competitivo em termos de preços e altamente protegido de operações de concentração, princípios que têm travado a capacidade de investimento dos operadores.
Em linha com o que já defendia o relatório Draghi, Alessandro Gropelli sustentou que a Europa precisa de ter operadores maiores que consigam competir não só dentro dos seus países, mas a uma escala global e a regulação deve ser revista para desbloquear esse crescimento, que trará consigo maior capacidades e investimento. A escala é, nesta perspetiva, o segundo tema crítico para a soberania tecnológica. O terceiro é ter mais inovação.
Criar condições para reforçar a capacidade de investimento dos operadores, acrescentou o responsável, vai ser determinante para que a região volte a ter uma posição forte no desenvolvimento das tecnologias que vão suportar a economia do futuro, e não se remeta cada vez mais ao papel de consumidor de serviços, sem indústria.
Esta é aliás uma conclusão geral, já refletida na estratégia europeia atual que está a tentar recuperar a capacidade produtiva da Europa em muitas áreas, incluindo nas áreas tecnológicas. Mas, como também lembrou Alessandro Gropelli, a Europa é muito boa a analisar, menos boa a executar e as oportunidades que não forem aproveitadas aqui serão exploradas noutras geografias. É preciso andar mais depressa.
Precisamos de “criar um futuro que permita aos nossos filhos e netos continuar a inovar”, sublinhou o responsável. “Se não criarmos a próxima onda de tecnologia, o que vamos produzir nas próximas décadas?.”
Para alcançar este objetivo é preciso ter mais controlo sobre os três grandes blocos que fazem “mexer” a tecnologia: os serviços que usamos, os dados que circulam através deles e a conectividade, redes e chips que tornam todo esse fluxo possível. Em todos permanecemos muito dependentes de outras regiões, alertou Alessandro Gropelli.
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