Depois do anúncio de que a empresa de aconselhamento de grandes investidores, Institutional Shareholder Services – ISS –, tinha dado parecer positivo à fusão entre a Hewlett-Packard e a Compaq segue-se a resolução da última questão regulamentar com a Federal Trade Commission – FTC – que poderia colocar em dúvida a finalização do processo. A aprovação do negócio por parte da FTC vem assim reforçar o sentimento geral dos investidores que apostam, embora com alguma prudência, na concretização da fusão.



Segundo o noticiado pela agência Reuters, a votação da FTC foi de 5-0 demonstrando claramente que a entidade não acredita uma nova empresa possa vir a prejudicar a concorrência no mercado de computadores pessoais, servidores topo de gama ou processadores.



A fazer frente à possibilidade, cada vez mais forte, da concretização do processo de fusão continua Walter Hewlett e os 20 por cento que o acompanham na campanha contra o negócio e que reagiu à decisão da FTC afirmando que a mesma apenas prova que a HP não vai ganhar competitividade, já que as entidades reguladoras são sempre muito cautelosas quando existe a possibilidade de vantagens concorrenciais em relação a outras empresas.



De salientar que na base da decisão do ISS estiveram os bons resultados fiscais da HP, que superaram as expectativas de Wall Street, embora a empresa esteja a ser pressionada para justificar os valores alcançados.



Esta pressão surge, segundo explicou Don Young, analista na UBS Warburg, citado pela Reuters, após ter sido levantada a suspeita de que a HP teria enviado, a revendedores, computadores pessoais a mais, num processo conhecido como de "enchimento" dos canais de revenda. Caso isto tenha sucedido, a HP poderia ter confirmado a venda dos equipamentos apesar destes não terem chegado sequer aos consumidores.



A empresa nega as alegações de que terá inflaccionado os resultados e Carly Fiorina afirmou já que Don Young terá utilizado um sistema de cálculo diferente e que levou à discrepância nos dados finais.



Quanto aos clientes, 66 por cento afirma, num estudo levado a cabo por uma empresa independente a 243 clientes da HP e Compaq, não estar a considerar mudar de fornecedor, sendo que apenas 14 por cento leva em conta essa hipótese, justificando a mudança com as novas direcções que o mercado está a tomar.



Entretanto, as entidades reguladoras do Canadá e também a União Europeia aprovaram a fusão no início de Fevereiro, afirmando esta última que o negócio entre os dois fabricantes norte-americanos não põe em causa a competitividade no mercado europeu. Perante estes avanços a confiança do mercado na possibilidade da fusão continua a aumentar.



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