Preparando-se para a concorrência acesa no mercado da electrónica de consumo, a Sony vai substituir o plano de reestruturação que tinha em marcha por uma nova estratégia que define o fecho de 11 das 65 fábricas e o despedimento de 10 mil funcionários, o que corresponde a cerca de 7 por cento da sua força de trabalho.



A maioria dos despedimentos da Sony é concentrada no Japão, onde 4 mil funcionários terão de abandonar a empresa, sendo os restantes 6 mil cortes realizados noutras localizações.



A empresa vai vender mais de um milhões de dólares de bens que detém e apresentar perdas financeiras no final deste ano. O plano de reestruturação deverá permitir à empresa reduzir custos em 200 mil milhões de yen (cerca de 1,47 mil milhões de euros) entre o final deste ano fiscal e Março de 2008, altura em que espera garantir uma margem operacional de 5 por cento e mais de 8 biliões de yen de receitas (cerca de 58 mil milhões de euros).



"Entendemos que este é uma meta difícil, mas acreditamos que a conseguimos atingir, afirmou numa conferência de imprensa Ryoji Chubachi, presidente da Sony, citado pela imprensa internacional.



Recorde-se que a Sony tinha em custo um plano de reestruturação, com finalização prevista em Março de 2006, através do qual já realizou mais de 20 mil despedimentos.



Para além da reorganização financeira a Sony está também a redesenhar a sua área de produtos, reduzindo a sua oferta em pelos menos 20 por cento, e considerando a venda, downsizing ou a formação de alianças em 15 categorias de negócios consideradas não estratégicas.



A estratégia de crescimento da empresa será centrada na electrónica de consumo, focando recursos nos produtos de Alta Definição, área de mobilidade de semicondutores que permitem a diferenciação da empresa em relação aos seus rivais. Será ainda criada uma divisão específica para promover o desenvolvimento de tecnologia relacionada com o processador Cell, que irá reportar directamente ao CEO da Sony.



As áreas de produção de cinema, música e jogos serão também reposicionadas para garantir produtos mais apelativos e serviços que coloquem a Sony na liderança da área de entretenimento.



Em termos organizacionais a Sony vai abandonar o sistema de "Network Companies" já que considera que este gera a criação de silos corporativos que impedem a empresa de tirar partido dos seus recursos da forma mais eficiente. A estrutura será agora organizada em unidades operacionais, designadas Business Groups para áreas específicas de produto.



Ainda ontem foi comunicada a saída do presidente da Sony Eruope, alegadamente por razões pessoais. Chris Deering dirigiu as operações no continente apenas durante 18 meses e é substituído por Fujio Nishida, actualmente responsável pela área de marketing de electrónica em Tóquio.

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