As cidades inteligentes têm exigências que ultrapassam a eficiência, a mobilidade e a sustentabilidade, ou mesmo as plataformas digitais. Quem está no centro são as pessoas e a tecnologia é acessória para resolver os problemas, embora seja uma base essencial na maioria das soluções. A ideia foi partilhada hoje na abertura da Portugal Smart Cities Summit, a conferência que decorre entre os dias 11 e 13 de abril no Centro de Congressos de Lisboa.
“Nas smart cities não existem grandes nem pequenos municípios. Não há capitais do mundo nem cidades pequenas abandonadas. A inovação surge em todos os lugares e mais vezes nos sítios mais inesperados”, lembrou Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que destacou o papel que os pequenos municípios têm tido na criação de novas ideias e soluções para as cidades mais inteligentes.
“Não é por acaso que muitas soluções nasceram em pequenas cidades. As grandes cidades imitam a solução e por isso este fórum [dos municípios] tem importância de podermos aprender uns com os outros”, refere.
Apesar de salientar que o conceito de smart citie é muito mais do que a base tecnológica, sendo centrada na resolução de uma necessidade de com inovação, “que pode ser feita com mais ou com menos tecnologia mas com a tecnologia adequada que permite resolver os problemas das cidades e dos cidadãos”, refere o presidente da Câmara de Lisboa.
Mesmo sendo acessória, António Almeida Henriques, vice presidente da Associação Nacional de Municípios e presidente do conselho estratégico do Portugal Smart Cities Summit, admite que a parceria estabelecida entre as cidades e a indústria foi essencial para o desenvolvimento das soluções que estão a mudar as cidades em Portugal.
"Muitas ideias que pareciam ser da ficção científica estão hoje a ser aplicadas nas cidades", sublinhou na sua intervenção na abertura da conferência. São projetos concretos e "a tecnologia tornou-se um indutor de desenvolvimento e de maior felicidade para os cidadãos, e mecanismo para criar valor para fixar Portugal como um país ´smart´ que produz valor e tem capacidade de exportar", refere. Mas é preciso assegurar instrumentos financeiros para que essas ideias e tecnologias possam ser potenciadas.
Exemplos de inteligência nas cidades
Na exposição do Portugal Smart Cities Summit há muitos exemplos de inovação aplicada nos municípios portugueses, com destaque para a sustentabilidade, mobilidade e eficiência energética, mas também nas plataformas digitais que fornecem serviços aos cidadãos.
No caso de Lisboa, Fernando Medina apontou, na sua intervenção, vários exemplos da forma como a cidade está a aplicar as suas soluções “smart”, desde a rede de bicicletas partilhadas que já tem mais de 50 mil assinantes ativos e que diariamente conta em média com 1.500 utilizadores, mais de mil dos quais em hora de ponta. A tecnologia deu uma ajuda, com as bicicletas elétricas mas também com as apps, sublinhou.
A introdução das informações de obras e constrangimentos de trânsito no Google Maps e no Waze e a bilhética desmaterializada foram também apontadas como exemplos por Fernando Medina da forma como a tecnologia está a ajudar as cidades a prestar melhor serviço aos seus cidadãos. “Todos estes serviços têm uma matriz, são eficazes, respondem a necessidades concretas, mais do que serem apenas demonstrações espantosas do que a tecnologia propicia”, explica.
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