Como se alteraram os hábitos de consumo dos portugueses 100 dias após a implementação do Estado de Emergência? É esta a questão a que a SIBS e o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) procuraram dar resposta com os novos dados agora divulgados. Apesar de o consumo em Portugal ainda estar 25% abaixo do expectável para esta altura do ano, um dos destaques vai, sem surpresas, para o crescimento do MB Way. No ecommerce, o valor médio de cada compra online voltou a aumentar, passando no último período analisado, entre maio e junho, para os 39,8 euros.
O relatório divulgado em comunicado observou três grandes fases no comportamento de consumo dos portugueses. A “preparação” refere-se ao período antes do início das restrições, entre 2 e 17 de março, enquanto o confinamento, com a média diária entre 18 de março, início do estado de emergência, e 3 de maio, demonstra a redução abrupta e significativa do consumo. A média diária de 4 de maio a 25 de junho revela uma progressiva recuperação dos níveis de transações.
Nas compras em loja, e depois de em junho as compras terem atingindo um novo recorde desde o início da pandemia, o MB Way registou um crescimento assinalável na utilização média diária. Enquanto as compras em loja com cartões continuam ainda numa média inferior a janeiro e fevereiro, apesar da recuperação gradual do consumo, as compras físicas através do serviço MB Way registaram no período de desconfinamento um crescimento de 93% do volume de transações face ao início do ano.
No comércio físico, o período em que a média do valor de cada compra feita através do MB Way foi maior foi entre 18 de março e 3 de maio, estabelecendo-se nos 39,3 euros. Já entre 4 de maio e 25 de junho esse valor passou para os 37,8 euros.
Relativamente às compras online, com cartão e MB Way, também se registou um crescimento, contrariando novamente a tendência global. O peso do ecommerce no total de compras subiu de 9% no período antes do primeiro caso para 14% no período de confinamento, apesar dos volumes totais em quebra, com uma queda de 5% na fase de retorno gradual.
Analisando o valor médio por transação no ecommerce, após uma redução na fase de preparação, os consumidores gastaram cada vez mais em cada compra online face à média de 37,5 euros em janeiro e fevereiro. Durante a fase de confinamento a média aumentou para 39,4 euros por compra e no retorno gradual o valor atingiu os 39,8 euros de média por transação.
Os setores da restauração e da moda apresentaram um forte crescimento no ecommerce. Em contraste, registou-se uma quebra expressiva nos transportes e lazer, dois setores tradicionalmente muito relevantes no online.
Numa análise regional, a Região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Autónoma da Madeira foram as que evidenciaram um maior grau de confinamento, registando quebras de consumo na ordem dos 50% no período de maior confinamento face ao início do ano. Além disso, são também estas as regiões que mais longe estão dos valores pré-crise (69% a 79%, respectivamente).
Comércio online é mais relevante apesar da quebra de volumes
De acordo com os dados, o período de confinamento gerou uma quebra de cerca de 50% das compras físicas face aos meses pré-COVID de janeiro e fevereiro. No entanto, nas compras online essa diminuição foi menos expressiva, sendo apenas de 17% e assumindo um peso maior no total de transações realizadas. Em termos concretos, o peso do ecommerce no total de compras passou de 9%, no período antes da pandemia, para 14% no período de maior confinamento e situa-se agora nos 11%.
Relativamente aos valores por compra, os dados demonstram um aumento progressivo face à média de 34,7 euros no período pré-pandemia durante as fases de preparação, 36,7 euros, e de maior confinamento, 39,3 euros. O valor médio por transação em loja apenas diminuiu na fase de retorno gradual para 37,8 euros por transação, ainda assim acima da média anterior ao registo do primeiro caso em Portugal.
60% dos consumidores gastaram menos em cartão
Em comparação com os comportamentos anteriores à pandemia que está a marcar 2020, os dados indicam que 60% dos consumidores reduziram significativamente as transações feitas com o seu cartão face ao observado anteriormente. Apenas 10% se incluem num grupo que não demonstra sinais de ter "confinado".
No total do período de pandemia, de março a junho, estima-se que se realizaram menos 200 milhões de transações, equivalentes a 8 mil milhões, face à estimativa pré-pandemia. Apesar da recuperação global, o consumo está ainda 25% abaixo para o expectável nesta altura do ano.
Quanto à media de cada compra online nos canais SIBS, o que inclui compras físicas, compras online e levantamentos, o valor tem vindo a diminuir desde 18 de maio. A média de janeiro e fevereiro ficou-se nos 42,6 euros enquanto o período entre 1 e 25 de junho ficou esse valor passou para os 45,8 euros. O período de 18 de março a 3 de maio foi o período em que essa média foi mais elevada, estabelecendo-se nos 48,9 euros.
Esta semana, os dados do SIBS Analytics apresentam uma visão mais abrangente, uma vez que analisam um período mais longo desde que foi declarado o Estado de Emergência em Portugal. E, no âmbito da parceria formalizada entre a SIBS e o ISEG, surgem novos insights com uma perspetiva mais aprofundada sobre a realidade analisada. O consumidor em Portugal, e com base no período analisado, tem optado por reduzir o contacto físico e focar-se no consumo "essencial".
Apenas 6% dos portuguesas experimentaram pela primeira vez comprar online durante o Estado de Emergência
De acordo com um inquérito do Observador Cetelem, enquanto os comerciantes aproveitaram para reforçar os canais de venda virtuais, grande parte dos portugueses parecem ter continuado a preferir as compras presenciais durante o estado de emergência. 46% dos inquiridos demonstraram esta preferência.
Destes, 26% garante que durante esse período aumentaram o seu volume de compras online e 22% mantiveram os níveis de consumo. Apenas uma minoria, 6%, afirmam que o estado de emergência foi ideal para testar o processo. Ainda assim, só 1% garantem que as compras online são para continuar.
Quanto às formas de pagamento, embora o dinheiro ainda esteja no top 3 dos meios de pagamento preferidos pelos consumidores portugueses (33%), o primeiro lugar é para os cartões de débitos e crédito contactless (35%). Apps como o MB Way tornaram-se também uma referência para 15% dos inquiridos, ultrapassando as tradicionais transferências bancárias (6%), sendo agora o terceiro meio mais utilizado.
O inquérito foi realizado pela empresa de estudos de mercado Nielsen, contando com uma amostra de 1.000 pessoas residentes em Portugal Continental. Os inquiridos têm uma idade compreendida entre os 18 e os 74 anos de idade.
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