OpenAI e Microsoft processadas pelo The New York Times por usarem artigos para treinar modelos de IA

O The New York Times acusa a OpenAI e a Microsoft de violarem direitos de autor ao usarem milhões de artigos sem permissão para treinar os seus modelos de IA.

Wikimedia Commons

O The New York Times avançou com um processo judicial contra a OpenAI e a Microsoft. De acordo com o processo, submetido junto do Tribunal Federal Distrital de Manhattan, o The New York Times defende que os chatbots que usam estes modelos de IA estão agora a competir com o jornal como uma fonte de informação.

A OpenAI e a Microsoft são acusadas de se aproveitarem do investimento feito pelo The New York Times no jornalismo para desenvolverem produtos sem qualquer permissão ou pagamento.

No processo, o jornal afirma que tentou negociar um acordo com as empresas, para assegurar que receberia um valor justo pela utilização do seu conteúdo, para garantir a continuidade de um ecossistema noticioso saudável e para ajudar no desenvolvimento responsável da tecnologia de IA generativa.

No entanto, as negociações não tiveram uma resolução, com as tecnológicas a insistirem que estão a fazer um uso justo do conteúdo, uma vez que a utilização para treino dos modelos de IA serve um propósito transformativo.

“Mas não há nada de ‘transformativo’ em usar o conteúdo do The Times sem pagamento para criar produtos que são um substituto para o The Times e que lhe roubam público”, defende o jornal.

Embora o processo não indique um valor de indemnização específico, o jornal afirma que a OpenAI e a Microsoft devem ser responsabilizadas por milhares de milhões de dólares em prejuízos relacionados com as suas práticas. O The New York Times apela também a que os modelos e respectivos dados de treino que usam o seu conteúdo sejam destruídos.

Esta não é a primeira vez que a criadora do ChatGPT se vê envolvida em processos judiciais relativos a violações de direitos de autor. Por exemplo, em setembro deste ano, a empresa foi processada pelo criador de "A Guerra dos Tronos" e outros 16 autores por “roubo sistemático em grande escala".

Nesse mesmo mês, um conjunto de autores nos Estados Unidos, incluindo Michael Chabon, vencedor de um prémio Pulitzer. O dramaturgo David Henry Hwang, Matthew Klam, Rachel Louise Snyder e Ayelet Waldman, já tinha avançado com um processo semelhante, que seguiu um outro, submetido em julho, no mesmo país.