Um escritório de advocacia sediado na Califórnia, nos Estados Unidos, entrou com uma ação coletiva contra a OpenAI, criadora do chatbot ChatGPT, alegando violação da privacidade ou direitos de autor de milhares de internautas.
Os dados extraídos da internet para treinar a inteligência artificial motivaram a apresentação do processo, na quarta-feira, num tribunal federal do norte da Califórnia, contra o laboratório americano de pesquisa em inteligência artificial OpenAI.
O escritório de advocacia, numa publicação no site, manifesta o desejo de representar "pessoas reais cujas informações foram roubadas e desviadas comercialmente de forma inadequada para criar essa tecnologia muito poderosa".
Segundo o comunicado, o laboratório é acusado de "roubar informações privadas" de centenas de milhões de utilizadores da Internet, incluindo crianças de todas as idades, a fim de melhorar e desenvolver tecnologia com fins lucrativos.
Em novembro, a OpenAI tornou público e gratuito o seu instrumento de conversação entre humano e computador (chatbot) de IA, o ChatGPT, ferramenta que permite gerar textos, e que se popularizou, bem como outras que permitem gerar fotos e vídeos através de textos.
O processo judicial concentra-se no lançamento de ferramentas de inteligência artificial (IA) "generativas", como "chatbots" (ChatGPT) e geradores de imagens que criam conteúdo original a partir de dados existentes extraídos da Internet.
Esses instrumentos são alimentados por informações originadas por humanos, como conversas privadas e dados médicos, obtidos em muitos casos sem o consentimento dos autores.
O escritório de advocacia destaca que o processo aponta para a necessidade de uma “intervenção legal imediata” para proteger os interesses e valores humanos da ameaça representada pela IA de “explorar seres humanos sem levar em consideração o seu bem-estar ou consentimento”.
Além disso, destaca que, caso não haja regularização dessas tecnologias, os especialistas já vislumbram um cenário catastrófico que pode culminar na eliminação da espécie humana “como uma ameaça aos seus objetivos”.
A OpenAI já tinha sido acusada de monitorizar indevidamente o código-fonte aberto (Github) para treinar os seus sistemas de IA, e este mês um apresentador de rádio processou o laboratório por difamação, alegando que o ChatGPT produziu um texto injustificadamente acusando-o de fraude.
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