Em comunicado, a Polícia Judiciária explica que a operação foi desenvolvida pela Diretoria do Norte, no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público - DIAP Regional do Porto. A  ação integra-se do combate à cibercriminalidade e tinha como alvo "um grupo de indivíduos suspeitos da prática dos crimes de abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dados de pagamento, burla qualificada, desvio de dados agravado, acesso indevido agravado e branqueamento de capitais".

A operação, que foi designada como "call center", levou à detenção de 5 pessoas e à realização de 7 buscas domiciliárias e 2 não domiciliárias, que decorreram no Porto, Paredes, Gondomar, Guimarães, Espinho e Aveiro. Foi apreendido material que a PJ indica ter interesse probatório.

"Estas diligências são o resultado do desenvolvimento de uma complexa investigação no decurso da qual já se encontram em prisão preventiva, desde outubro passado, três outros arguidos", adianta a PJ em comunicado.

Segundo a informação partilhada, "os detidos faziam-se passar por colaboradores de instituição financeira de crédito (operações de vishing), telefonavam de seguida às vítimas, que efetivamente acreditavam que era a entidade financeira que as estava a contatar, uma vez que o interlocutor alertava as vítimas para eventuais operações suspeitas feitas com o seu cartão.

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Através desse contacto levavam as vítimas a ceder códigos bancários que depois usavam em transações ilegítimas de valores muito avultados com esses cartões de crédito. A PJ refere que estas eram transações eram feitas na ordem das centenas de milhares de Euros.

A PJ adianta ainda que "a informação usada para a prática destes crimes era obtida através do acesso indevido a bases de dados legítimas, a que um dos arguidos acedia no âmbito da sua atividade profissional".

Os detidos são todos de nacionalidade portuguesa, com idades compreendidas entre os 21 e os 36 anos, sendo três homens e duas mulheres. Vão ser agora presentes à autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação adequadas.

Segundo dados recentes, as burlas online aumentaram 43% e cada português perde em média 515 euros. As queixas mais frequentes dos portugueses burlados em compras online referem-se a sites falsos, mensagens de email fraudulentas, compras entre particulares ou serviços que não foram subscritos são algumas d , um fenómeno que só este ano já terá gerado perdas de mais de 2 milhões de euros.