Em 2009, cerca de 50 por cento do tráfego total de voz da Europa Ocidental será gerado a partir de redes móveis, indica um estudo recente da Analysys, onde se salienta que o volume total das chamadas de voz originadas na rede fixa irá decrescer 10 por cento durante os próximos cinco anos, enquanto a voz no móvel irá aumentar em 94 por cento.



A introdução dos serviços de terceira geração será um impulso chave para a substituição fixo-móvel, trazendo consigo um potencial de mudança ao nível da capacidade, qualidade e custo por minuto, considera Mark Heath, co-autor do estudo.



Actualmente, a maior parte dos subscritores de serviços móveis nos mercados desenvolvidos também contrata serviços de voz fixos. O estudo refere que na maioria dos mercados, são menos de 10 por cento os lares que optam pelo telefone móvel e não têm linha fixa.



Contudo, a diferença entre países no que diz respeito ao volume de tráfego e receita de voz migrados para as redes móveis varia muito, salienta-se. "Existem actualmente diferenças enormes nos níveis de utilização de voz e ARPU entre mercados" afirma Alastair Brydon, igualmente co-autor do relatório. "Por exemplo, a utilização da voz no móvel varia entre os menos de 120 minutos por mês em alguns países da Europa Ocidental para sete vezes mais nos Estados Unidos".



Os analistas estimam que a necessidade de linhas fixas para suportar o acesso à Internet irá limitar o declínio nos canais fixos de voz a um total de um por cento entre 2004 a 2006, mas não impedirá um desenvolvimento maior na luta entre os operadores fixos e móveis pelos minutos de voz.



O aumento da quantidade de tráfego que migra do fixo para o móvel vai depender das estratégias adoptadas pelos operadores de ambos os sectores, salienta-se no estudo. Mark Heath acrescenta que os operadores de rede fixa terão que ter algum cuidado na sua resposta aos operadores móveis. "As empresas com operações tanto no mercado móvel como no fixo terão que ter uma visão holística do seu negócio geral para evitar uma competição de preços desnecessária entre as suas duas divisões".



O estudo salienta igualmente que a perspectiva mais atractiva para os operadores móveis - mas também a mais desafiadora - é convencer os utilizadores a abandonar todos os seus serviços de voz fixa de uma vez.
Para tal, e segundo Alastair Brydon, os operadores móveis terão que resolver uma série de questões fundamentais pendentes, como as tarifas, os preços de interligação, a qualidade da rede, a apatia do consumidor ou o acesso à Internet. "Por exemplo, muitos dos consumidores não consideram um abandono definitivo das suas linhas fixas se não existirem formas alternativas de acesso à Internet", garante o mesmo responsável.



Para a Analysys, a disponibilidade da soluções alternativas de acesso à Internet poderia aumentar o declínio nos canais fixos de voz para quase 10 por cento ao ano entre 2006 e 2009, acelerando ainda mais a migração fixo-móvel do tráfego de voz.



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