Os unicórnios europeus já valem 800 mil milhões de dólares (672 mil milhões de euros), depois de no último ano quase terem duplicado de valor e passado a ser 166, as startups na região com uma valorização acima dos mil milhões de euros. 

Os dados são do estudo Titans of Tech do banco GP Bullhound e mostram que Portugal tem o terceiro unicórnio mais valioso da Europa, entre as empresas não cotadas, que é a Outsystems, liderada por Paulo Rosado. Tem também a 9ª empresa com maior valorização da região, entre as cotadas em bolsa, a Farfetch, segundo dados recolhidos a 12 de maio deste ano. 

Os dados mostram também que no último ano surgiram na região 52 novos unicórnios, um deles português, a Feedzai. Ou seja, quase um terço das startups europeias nesta categoria ascenderam ao estatuto de unicórnio no último ano, período em que estas empresas geraram 380 mil milhões de dólares em valor. 

A liderar o ranking das mais valiosas está a holandesa Adyen, seguida do Spotify e da sueca Klarna que este ano já tiveram, ou ainda têm, valorizações em torno dos 50 mil milhões de dólares, ou superiores, como é o caso da Adyen. 

O estudo considera dados até final do primeiro trimestre deste ano e para esse período contabiliza rondas de financiamento de 14,9 mil milhões de dólares, quase o valor total do financiamento angariado ao longo de 2020, quando foram realizadas rondas de financiamento na ordem dos 16,8 mil milhões de dólares.  A Outsysems volta a estar entre as empresas que se destacam no trimestre, pela capacidade de captar investimento nos primeiros treês meses do ano. 

Por áreas, o software empresarial é a área de atividade que concentra um maior número de unicórnios (21), seguem-se as fintech, os marketplaces e o e-commerce. Contudo, ao longo deste ano, o crescimento que mais se destacou foi o das empresas nestes dois últimos sectores, a refletir mudanças profundas nas preferências dos consumidores.  

Por regiões, o estudo mostra que o Reino Unido continua a ser o país da Europa com maior número de unicórnios, mas já não é aquele onde estas empresas criam mais valor. A posição passou a ser assumida pela Suécia, terra natal do Spotify ou da Klarna. Mostra também que é já na Europa que a maior parte dos unicórnios, com capital disperso em bolsa, escolheu cotar-se, numa relação de 40%/60%, face aos Estados Unidos, um sinal de que há mais capital disponível na região para investir em novos projetos.