No ano passado, várias empresas tecnológicas colocaram a contratação de novos talentos em pausa e a “onda” de despedimentos não tardou a chegar a gigantes como a Meta, Twitter ou Amazon. 2023 começou da pior forma para milhares de trabalhadores de empresas como a Microsoft e Alphabet e há mais tecnológicas que vão despedir colaboradores, como a PayPal.

A empresa anunciou que vai despedir 2 mil funcionários, o equivalente a 7% da sua força de trabalho. Em comunicado, Dan Schulman, CEO da PayPal, indica que apesar do progresso feito para ajustar a empresa a um contexto macroeconómico desafiante, são necessárias mais medidas para cortar custos e para focar nas prioridades estratégicas.

Os despedimentos vão decorrer ao longo das próximas semanas, com algumas organizações a serem mais impactadas do que outras, afirma o responsável, embora sem detalhar quais serão as áreas mais afetadas.  A tecnológica vai apresentar os seus resultados financeiros no próximo dia 9 de fevereiro. Como avança a Lusa, após o anúncio as ações da PayPal registaram uma subida de 2% no final da sessão em Wall Street.

Tecnológicas já despediram mais em janeiro que em todo o mês de dezembro
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Ainda na semana passada, a dona do Spotify também juntou-se à lista de empresas tecnológicas afetadas pela “onda” de despedimentos. A empresa anunciou que ia despedir 600 funcionários, um valor que equivale a 6% da sua força laboral.

Em comunicado, Daniel Ek, CEO da tecnológica, indica que, para tornar a empresa mais eficiente, controlar os custos e acelerar a tomada de decisões, é necessária uma reestruturação da organização, algo que implica mudanças nos cargos superiores, mas também uma redução no número de funcionários.

O responsável admite que, à semelhança de outros líderes no mundo da tecnologia, esperava manter o crescimento registado durante a pandemia. “Em retrospectiva fui demasiado ambicioso ao investir além do crescimento das nossas receitas”, afirma Daniel Ek.

De acordo com os seus mais recentes resultados financeiros, relativos aos últimos três meses de 2022, a popular plataforma de streaming de música registou um crescimento de 18% nas receitas, que se situam nos 3,2 mil milhões de euros. No entanto, os prejuízos aumentaram para 270 milhões de euros.

Apesar de ter superado a marca dos 200 milhões de assinantes, ao todo, em 2022, a empresa registou perdas na ordem dos 430 milhões de euros. A tecnológica verificou um crescimento de 21,3% na facturação, para 11,7 mil milhões de euros.

Intel corta nos salários e Snap perde dinheiro

Depois de ter apresentado previsões abaixo das expetativas para os resultados financeiros do primeiro trimestre do ano, a Intel deu a conhecer que vai fazer cortes nos salários, tanto dos funcionários como dos executivos.

Andy Burr, porta-voz da Intel, afirma que as mudanças nos salários foram concebidas para impactar mais significativamente os executivos da empresa, “ajudando a suportar investimentos e a força laboral”, avança a Reuters. Fontes com conhecimento na matéria indicaram à agência noticiosa que os cortes salariais vão variar entre os 5% e os 25%.

Os resultados financeiros partilhados recentemente pela gigante tecnológica, relativos ao último trimestre do ano, as receitas rondaram os 14 mil milhões de dólares, numa queda de 32% face ao período homólogo em 2021. Já as receitas anuais ultrapassaram os 63 milhões de euros, um valor que representa um decréscimo de 20% em relação ao ano anterior.

Mas a Intel não é a única a perder dinheiro. A Snap, dona do Snapchat, anunciou que, apesar de continuar a ganhar utilizadores, com 375 milhões de membros na sua app, registou um prejuízo de 288 milhões de dólares no último trimestre do ano. 

Nos resultados financeiros partilhados, a empresa indica que as receitas dos últimos três meses do ano se situaram na ordem dos 1,3 mil milhões de dólares, com os lucros a chegarem aos 23 milhões de dólares. Ao todo, em 2022, a tecnológica registou prejuízos de 1,43 milhões de dólares.