Uma operação internacional liderada pela Agência Nacional de Crimes do Reino Unido (NCA) permitiu desmantelar aquele que é considerado “o serviço DDoS de contratação online mais rentável do mundo”. O grupo era conhecido como DigitalStress e segundo as informações agora disponibilizadas lançava milhares de ataques de negação de serviço todas as semanas, a pedido de clientes que pagavam para ter acesso às suas ferramentas. Os ataques DDoS têm como fim deixar indisponível um site ou serviço online sobrecarregando-o com uma quantidade de pedidos de acesso superior à capacidade de resposta dos servidores.
A organização atuava através do site Digitalstress.su, que chegou a ser o domínio de topo da União Soviética. A federação russa foi extinta mas o domínio continua a ser usado até hoje e, segundo a polícia britânica, é escolhido com frequência por cibercriminosos que vêm aí uma alternativa mais fácil de passar ao lado das ações das autoridades.
O endereço reencaminha agora os utilizadores para uma página controlada pela NCA, que nesta operação contou com a colaboração do FBI e do PSNI (Irlanda), que deteve um suspeito. Na conta de Telegram do grupo há também uma mensagem em forma aviso aos parceiros do DigitalStress: “nós estamos a ver-te” refere a mensagem, onde também se informa que o grupo foi desmantelado e o suspeito de o liderar detido. “Vale a pena?”, pergunta ainda a NCA.
O desmantelamento das atividades do DigitalStress começou a 2 de julho e já levou à prisão de um dos presumíveis responsáveis do grupo, cuja identidade não foi revelada. Todos os canais digitais conhecidos do DigitalStress foram interceptados e a informação que por lá circula está agora a ser analisada, havendo por isso ainda espaço para novas ações policiais em resultado disso.
Os serviços de DDos contratados online também são conhecidos como booters. São um instrumento acessível a quem tem poucos conhecimentos técnicos, que facilmente permite lançar ataques como resultados concretos e visíveis, sem grande perícia.
Polícias de vários países juntaram-se na operação PowerOff para identificar e desmantelar grupos dedicados a este tipo de negócio. O desmantelamento do DigitalStress enquadra-se nesta operação, que teve início em dezembro de 2019 e já permitiu desativar 15 plataformas do mesmo género.
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