Embora a economia global possa não ser atualmente tão estável como desejado, os produtos e serviços digitais continuam a revelar-se um investimento, quer seja pelas suas inovações ou funcionalidades, nomeadamente em Portugal.

Tecnologias avançadas, como a Inteligência artificial generativa estão a ocupar espaço por motivos profissionais e pessoais, o entusiasmo pelas soluções de identidade digital está a crescer e o 5G atingiu quase metade dos smartphones, revela um estudo da Deloitte que olha para as escolhas dos portugueses que envolvem produtos e serviços digitais.

O "Portugal Cut of Digital Consumer Trends 2023" revela que a maioria dos consumidores que já ouviram falar das ferramentas de IA já utilizaram pelo menos uma. O recurso vai além do local de trabalho: quase três em cada quatro entrevistados que conhecem ferramentas de IA generativa fizeram-no por motivos pessoais.

Embora possa ser um facilitador, também pode ser um motivo de preocupação, uma vez que, entre os trabalhadores, 47% temem que algumas das suas funções possam ser substituídas pela IA generativa no futuro.

O estudo revela também que o entusiasmo no que diz respeito a soluções digitais de identidade está a crescer entre os portugueses, e um grande número mostra-se disposto a utilizar o seu smartphone para dar detalhes do seu Cartão de Cidadão.

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Além disso, 48% dos entrevistados usam regularmente um dispositivo inteligente para fazer pagamentos pessoalmente. No entanto, apenas uma minoria afirma que estaria disposta a fornecer às autoridades o acesso ao seu histórico de navegação, a um registo digital do seu rosto ou à localização do seu telefone, mesmo que isso significasse que estariam mais eficazmente protegidos contra fraudes online.

Inteligência artificial é um recurso habitual ou ainda desconhecido dos portugueses?
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O acesso aos dispositivos aumentou em comparação com o ano passado: wearables, fones de ouvido e fones de ouvido continuam a crescer em popularidade. Os dispositivos são usados por uma infinidade de razões. A saúde tornou-se um campo no qual os dispositivos podem ajudar os consumidores a fazer mais para se tornarem versões melhores de si mesmos.

Setenta e sete por cento dos inquiridos com smartphone, smartwatch ou fitness band monitorizam aspetos de saúde com estes dispositivos, e a maioria mostra-se confortável com a ideia de dar ao seu médico acesso à informação monitorizada.

Em termos de conectividade, o 5G está a tornar-se na nova realidade para muitos tendo  já chegado a quase metade dos utilizadores de telemóveis ou smartphones em Portugal (48%). Três em cada cinco (60%) afirmam que a sua experiência de internet móvel no 5G é melhor do que no 4G.

O estudo “The Portugal Cut” revela ainda que a maior parte dos consumidores tem acesso a um serviço pago de streaming de vídeo e cerca de um em cada três tem acesso a um serviço pago de streaming de música.

No que diz respeito aos serviços pagos de streaming de vídeo, o número é especialmente elevado para os mais jovens e especialmente para os estudantes (66% têm acesso a estes serviços). O número diminui à medida que os inquiridos são mais velhos.

Embora estes números sejam consideráveis, mais de um terço (38%) dos consumidores não tem acesso a nenhuma das opções de assinatura digital paga disponibilizadas para responder a esta questão.

O “The Portugal Cut” faz parte do survey Global Digital Consumer Trends da Deloitte, uma iniciativa internacional que procura estudar e compreender os hábitos, preferências e comportamentos no que diz respeito a produtos e serviços digitais.

No âmbito global, este é um estudo de larga escala – em 2023, chegou a 27.150 participantes em 17 países, espalhados por três continentes. Em Portugal, a amostra abrange 1.000 consumidores entre os 18 e os 65 anos, e explora uma variedade de tópicos, que vão desde Generative AI à utilização das redes sociais, passando pelas subscrições a plataformas de streaming, entre outras.