Portugal apresenta o valor de 9,9 (numa escala de 0 a 10) da pressão salarial em sectores altamente qualificados, ficando apenas atrás da Suécia e Nova Zelândia, ambos com 10 pontos, num total de 33 países avaliados. Isto porque o mercado de trabalho não está a formar profissionais qualificados para determinadas áreas, entre elas as Tecnologias da Informação. Nesse sentido, os salários praticados estão a crescer a uma velocidade superior onde é exigida uma menor qualificação, refere o relatório da Hays Global Skills Index.

Segundo o documento, a pontuação do índice geral aumentou de 5,3 para 5,4, o que significa que o mercado de trabalho global se encontra sob maior pressão. Portugal recebeu uma pontuação de índice de 5,8. O principal fator do aumento é o desequilíbrio crescente entre as “skills” dos profissionais e as que são exigidas pelos empregadores, realçada pelo número crescente de ofertas de emprego disponíveis, que estão associadas a uma taxa mais elevada de desempregados de longa duração. Portugal é um dos países com maior desequilíbrio entre a procura e oferta de competências, obtendo 9,4 pontos na categoria.

Esta dinâmica salarial não se estende, no entanto, à realidade dos profissionais qualificados em geral, sendo um fenómeno restrito a setores muito específicos em Portugal, refere o estudo. Nesse sentido, Portugal aparece em último lugar na lista dos países mais afetados pelo lento crescimento salarial, mantendo-se, a par do Japão, em terreno negativo entre 2000-2016.

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“A escassez de profissionais em alguns sectores altamente qualificados está a tornar-se num desafio a nível nacional.” afirma Paula Baptista, managing director da Hays Portugal. “É fundamental que os intervenientes no mercado laboral trabalhem em conjunto para enfrentar este problema que, muito em breve, poderá prejudicar o crescimento do país e impedir-nos de aproveitar todas as oportunidades que este contexto económico positivo pode proporcionar-nos.”

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