Portugal continua no grupo de inovadores moderados da União Europeia, para onde caiu em 2021 depois de conseguir uma avaliação pior em termos de performance da inovação (80,2%) que no ano anterior. Os dados apurados na edição deste ano do Innovation Scoreboard revelam agora uma subida na pontuação do país, mas na ponderação de fatores contabilizados para o relatório, Portugal continua abaixo da média deste grupo - tem 85,8% e a média do grupo é de 89,7%. A performance em matéria de inovação também está a avançar a um ritmo mais lento que o da União Europeia (6,4% contra (9,9%) e, como frisa o relatório, "a diferença de desempenho do país em relação à UE é cada vez maior".
Numa análise à evolução de Portugal em matéria de inovação, desde 2015, o estudo da Comissão Europeia aponta como positivo o aumento das publicações científicas internacionais e resultantes de parcerias público-privadas ou o crescimento do número de estudantes estrangeiros de doutoramento. A piorar desde 2015 estão o volume de despesa em inovação não I&D, ou a aposta em tecnologias ambientalmente responsáveis.
Já na comparação com o ano passado, as áreas onde Portugal mais piorou foram a mobilidade de profissionais de áreas tecnológicas e científicas, o nível de investimento capital de risco e a formação TIC nas empresas. Os maiores avanços registaram-se na inovação de processos em PMEs, na criação de emprego por empresas inovadoras e nas parcerias científicas público-privadas.
Numa perspetiva mais abrangente, o estudo também mostra que a União Europeia conseguiu melhorar a sua performance na área da inovação em 10% desde 2015, mas continua atrás dos Estados Unidos, da Austrália, Canadá ou República da Coreia. O gap em relação a estes países, no entanto, tem vindo a diminuir e em 2021 a UE já tinha mesmo conseguido que o Japão deixasse de fazer parte da lista de países com uma performance de inovação superior à da região.
No último ano, 19 Estados-membros melhoraram a sua performance na inovação, oito pioraram. Portugal está entre os países que conseguiram melhorar, mas a subida ainda não permitiu compensar as quedas dos últimos anos.
O Innovation Scoreboard, na sua edição de 2021, reviu a metodologia mas manteve a organização dos países em grupos, consoante o score obtido na ponderação de resultados em indicadores de várias áreas. São considerados os países que lideram a inovação na região, os que têm uma abordagem forte ao tema, onde Portugal já esteve, seguem-se os grupos de países com níveis de inovação moderada e emergente.
A Suécia continua a liderar o ranking europeu da inovação, num grupo onde também estão a Bélgica, a Dinamarca, os Países Baixos e a Finlândia. O grupo dos inovadores moderados, onde está Portugal, integra também países como a República Checa, Estónia, Grécia, Espanha, Itália, Lituânia, Malta ou Eslovénia.
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