Foram esta manhã apresentados ao mercado os resultados financeiros do Grupo Portugal Telecom relativos ao ano fiscal de 2002. Com um crescimento de 27 por cento nos resultados líquidos e um aumento de 5 por cento no EBITA, o grupo mostra que está a enfrentar a crise do sector de forma positiva, principalmente quando comparado com outras operadoras internacionais que continuam a apresentar resultados líquidos negativos.




No ano de 2002 a Portugal Telecom registou um crescimento de 5 por cento no EBITA, que se cifrou em 2,2 mil milhões de euros, enquanto os resultados líquidos da empresa atingiram os 391 milhões de euros, subindo 27 por cento em relação ao ano de 2001. Por sua vez, os resultados operacionais aumentaram 8,5 por cento, situando-se nos 1,2 mil milhões de euros, o que equivale a uma margem operacional de 22,7 por cento.




A empresa nota em comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que as receitas consolidadas de exploração apresentam um quebra de 2,5 por cento, para os 5,6 mil milhões de euros. Este facto é justificado por uma redução de 9,2 por cento das receitas consolidadas da PT Comunicações, "parcialmente devida à alteração do regime de propriedade do
tráfego de acesso à Internet", explica-se no mesmo comunicado.




As receitas de exploração da operadora de rede fixa do grupo, a PT Comunicações, tiveram de facto uma quebra de 122 milhões de euros em relação a 2001, justificadas pela "forte quebra nos volumes de tráfego doméstico, do impacto negativo
da alteração do regime de propriedade do tráfego de acesso à Internet, desde Outubro de 2001, e de uma conjuntura macro-económica desfavorável". A empresa adianta que "o impacto da alteração da propriedade do tráfego Internet nas receitas foi de 35 milhões de Euros, equivalente a 29% da redução das receitas".




Ainda assim, a PT Comunicações é a empresa do grupo com um maior peso nas receitas consolidadas, correspondendo a 35%, seguindo-se as empresas de comunicações móveis TMN (22%)e Telesp Celular (21%) e finalmente a PT Multimédia (11,5%) e a PT Prime (4,7%).





Os resultados do grupo Portugal Telecom mostram ainda uma redução da dívida líquida em 1,4 mil milhões de euros face a 2001, ascendendo no final de 2002 a 4 mil milhões de euros no total. Esta redução da dívida líquida acontece apesar da aquisição da propriedade da rede básica de telecomunicações ao Estado Português por parte da PT Comunicações, a 11 de Dezembro de 2002.




O impacto desta operação foi de um acréscimo de cerca de 305 milhões de Euros na dívida líquida, já que o valor de aquisição - negociado em 365 milhões de Euros - incluia já a renda de Concessão relativa a 2002 (no valor de 17 milhões de Euros). A este valor foi ainda deduzido o pagamento pelo Estado de recebimentos devidos à
PT Comunicações no montante de 60 milhões de Euros relativos a serviços prestados aos reformados no âmbito do Contrato de Concessão.

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