A lançar-se na internacionalização e a preparar o caminho para uma ronda de financiamento no final do ano, a plataforma online portuguesa de gestão multiloja da StoresAce está a apostar em força na inteligência artificial, para renovar o leque de serviços que consegue oferecer às lojas que ajuda a gerir.
Quer tirar mais partido dos mais de 80 milhões de detalhes de vendas que recolhe mensalmente, a partir das duas mil lojas que já usam a solução. Cruzar informações e conseguir ajudar a antecipar tendências na procura, prever com rigor necessidades de stock, ou apurar a disponibilidade do cliente para aceitar alterações de preços, são alguns dos caminhos a explorar com a ajuda do Machine Learning. Como admite Ivo Marinho, co-fundador do projeto, há cada vez mais ferramentas que usam a IA para prometer este tipo de informação, a StoresAce acredita que pode levar a sua promessa longe, porque tem o que muitas vezes falta: dados.
A StoresAce é uma solução cloud, que permite às empresas com diferentes pontos de venda - físicos, digitais ou ambos - ter uma visão global das várias lojas e canais de venda que controlam e sincronizar rapidamente alterações que se revelem necessárias, como alterar preços ou introduzir novos artigos. Dá uma visão em tempo real das vendas em cada local, dos stocks ou do inventário, de forma central e integrada com o software de gestão existente.
A plataforma é disponibilizada como um serviço, via web, arrumado em pacotes modulares que partem de uma oferta base, possível de complementar com extras para necessidades mais específicas. Não tem limite de lojas a associar e, além de permitir integrar redes de lojas, também pode ser usada para gerir lojas únicas com uma estratégia omnicanal - vendas físicas, no site, numa app e através de serviços de entregas, por exemplo.
A flexibilidade e ubiquidade da plataforma têm sido os maiores trunfos para crescer, assegura Ivo Marinho.
“A maior inovação que introduzimos foi permitir um controlo total e eficaz de toda uma rede de lojas, que pode ser de duas a três lojas ou de mil e ter isso sempre acessível em qualquer lugar e a qualquer hora”.
Como destaca o responsável, isso permite agilizar medidas de gestão. Na prática, quem gere as lojas ligadas não precisa de esperar pelo dia seguinte para analisar informação, que está acessível em tempo real. A cada momento pode fazer ajustes, de preços, stocks ou outros.
Na lista de clientes, a StoresAce tem a Jerónimo Martins ou as 1.100 lojas da ligadas à Burger King Iberia que, admite Ivo Marinho, estão a ser uma alavanca para o processo de internacionalização em marcha. Espanha e Europa Central, primeiro, e Estados Unidos a seguir (2023), são os grandes alvos de um plano estratégico a 18 meses, que começou a ser implementado no início deste ano e que quer levar a tecnologia da StoresAce a 10 mil lojas.
Por enquanto, a empresa soma 400 clientes, que reúnem mais de 2 mil lojas na plataforma, entre Portugal, Espanha, Angola e Cabo Verde. Em 2021, estas lojas registaram vendas de 2 mil milhões de euros.
A restauração e o retalho têm sido os mercados-alvo da tecnológica e vão continuar a ser. Os fundadores da StoresAce vêm destas áreas e foi por isso que identificaram a oportunidade que deu origem à plataforma, em 2016. “As maiores empresas com serviços nesta área focam-se muito naquilo que é o desenvolvimento do ponto de venda”, defende Ivo Marinho, também chief product officer na empresa.
“Tudo o que tem a ver com o controlo e gestão das lojas é muitas vezes tratado com soluções antiquadas e já muito ultrapassadas, quando não é o Excel a opção para gerir budgets, tabelas de preços, necessidades de encomendas, revisões de stocks, etc”.
A StoresAce quis colmatar a lacuna. Começou a trabalhar numa solução que diz ter querido robustecer e fazer chegar a clientes de referência primeiro, para só depois dar um passo maior, rumo à internacionalização, como quer fazer agora. Segue para a aventura a partir de Pedrouços, na Maia, com 15 colaboradores na equipa. A maioria está em Portugal, um em Espanha e outro na Bélgica, geografias onde abriu escritórios já em 2022. Ao longo do ano quer contratar pelo menos mais cinco colaboradores para responder à nova aposta na IA.
No final de 2022, a empresa planeia avançar com uma ronda de financiamento, alienando mais 15% do capital (outros 15% são já detidos por um veículo de investimento). Ivo Marinho assegura que a companhia já recebeu manifestações de interesse de investidores de França e do Reino Unido. O objetivo da operação será captar cerca de 3 milhões de euros, que passarão a valorizar a tecnológica entre os 12 e os 15 milhões de euros e que vão servir para dar suporte aos esforços de desenvolvimento e vendas que sustentam o plano estratégico.
Por essa altura, já a plataforma da StoresAce poderá ser usada em todas as lojas Burger King, a nível internacional. A reunião para apresentar a solução está marcada e as expectativas são elevadas.
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