A associação que foi criada em 2022 já fez uma primeira análise com o envolvimento da comunidade Web3 e os resultados estão disponíveis no site do projeto Quo Vadis Web3, que é hoje anunciado formalmente. Segundo a organização, o objectivo é capitalizar o potencial desta indústria, contribuir para a evolução do trabalho daqueles que a constroem, e identificar as soluções que já estão no mercado ou que estão a explorar as fronteiras destas tecnologias que suportam a última iteração da internet e da nova economia digital.
“O Quo Vadis Web3 representa o maior esforço da comunidade nacional em realizar o mapeamento mais profundo do ecossistema Web3 no nosso país, cartografando-o numa perspectiva 360º, de forma a englobar todas as suas dimensões setoriais, extensão e impacto. Para o ecossistema ser respeitado como uma indústria, tem que ser primeiro estudado como uma indústria” deendeJosé Reis Santos, coordenador do Quo Vadis Web3.
A FACE diz que Portugal se tem destacado na área da Web3 e já foi referenciado como a terceira maior criptoeconomia da Europa Ocidental, numa análise per capita, ficando acima da Grã Bretanha, Alemanha, França e Espanha num ranking de 2022 da Chainalysis, que era liderado pela Holanda e República Checa.
Também Lisboa é uma das cidades apontadas como um "top hub" de crypto e tem atraido empresas e nómadas digitais que trabalham na área de criptoativos, atraidos por preços relativamente baixos de Portugal, o bom clima e as infraestruturas modernas, apesar dos riscos relacionados com o excesso de burocracia e um regime de tributação de criptoactivos que era pouco claro.
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No site são referenciadas perto de 700 entidades, em mais de 20 sectores e verticais específicos, desde as Finanças Descentralizadas/DeFi e Fintech, NFTs, AI, Metaverso, VASP/CASPs (como bolsas e plataformas de custódia), incubadoras e aceleradoras, sociedades de advogados, universidades, entre outras.
O projeto refere que, destes sectores se destacam os verticais de DeFi, NFTs, Marketing e outros serviços de conteúdos, infraestrutura e dev shops, Gaming e Metaverso, investimento e trading, legal e institucional, e educação.
"Este ecossistema tem o potencial de intervir em practicamente todas as áreas da economia e da sociedade, tal como a internet teve e tem, mas ainda carece de sistematização e estudos agregadores para ilustrar os resultados", refere a organização.
O objetivo é agora desenvolver um estudo que permita analisar de forma mais aprofundada o impacto da Web3 em Portugal, com um inquérito que foi construído de raiz para o sector, revisto por um vasto conselho editorial e apoiado por um alargado conjunto de parceiros.
A ideia é que o profissionais de Web3, blockchain e cripto economia que vivem e operam atualmente de e em Portugal possam responder ao inquérito que tem três partes. Através das respostas será possível identificar as principais características e qualificações da comunidade, os diversos verticais Web3 e ainda fazer a apreciação da capacidade de actuação no ecossistema.
"Dizem que não podemos gerir o que não medimos [...] Esta informação é crítica para informar políticas públicas e a coordenação do sector, que está sob constante ataque de outras jurisdições que tentam ser mais competitivas como a nossa para atrair esta força de trabalho altamente qualificada, mas também altamente móvel, que queremos que se estabeleça em Portugal”, justifica Hugo Volz Oliveira, secretário do Instituto New Economy
Nuno Lima da Luz, presidente da Associação Portuguesa de Blockchain e Criptomoedas, destaca ainda a capacidade que Portugal tem demonstrado de estar capacitado para acolher e promover o sector do empreendedorismo a um nível global, e em particular no sector da criptoeconomia. "Temos um ecossistema pujante e que cresce diariamente, atraindo talento e capital por todo o mundo. Este estudo, que o Quo Vadis colocou em marcha, servirá para identificar e enaltecer isso mesmo".
O projeto vai ser apresentado hoje na Fintech House em Lisboa, onde a comunidade se reunirá para realizar a abertura oficial do inquérito. A organização refere que está a preparar uma “Volta a Portugal Web3”, que passará posteriormente pelo Porto, Braga, Coimbra, Leiria, Aveiro, Faro, Madeira, Açores, com datas a anunciar brevemente.
O site do Quo Vadis Web3 já está disponível e pode ser acedido através deste link.
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