Nas últimas semanas o mundo mudou, “obrigado” pela COVID-19 que já é visto como o principal acelerador da transformação digital dos últimos anos. Os efeitos fazem-se sentir em todas as áreas, da saúde à economia, e em diferentes dimensões e papéis assumidos, “individuais” ou “coletivos”. Claro que o trabalho não foi exceção, pelo contrário: é, muito provavelmente, um dos universos mais visados.

Com a ameaça de os robots poderem vir a substituir os humanos em muitas profissões esquecida, a discussão é por agora outra e as dúvidas são mais do que muitas, para empresas e trabalhadores. A pandemia obrigou a novas formas de organização, planeamento e estratégia, com o teletrabalho a ganhar uma dimensão nunca antes vista.

Ainda assim, as empresas de TI continuam à procura de talentos para reforçar as suas equipas e a contratar, adaptando os processos de recrutamento às necessidades dos seus projetos.  Na galeria de imagens pode encontrar vários exemplos.

Face às contingências provocadas pela COVID-19, a Claranet Portugal tinha, em abril último, 90% dos seus colaboradores em teletrabalho. Os restantes 10% estavam nos escritórios ou em deslocações permanentes para clientes. O cenário é idêntico noutras empresas como a Ábaco, a Ericsson, a Softinsa, a Fujitsu, ou a Axians, que desde o dia 12 de março, também tem aproximadamente 90% dos seus colaboradores em regime de teletrabalho.

Na Quidgest apenas a equipa de infraestrutura que assegura o funcionamento dos equipamentos e redes, a gestão “e, mais recentemente, alguns colaboradores que se sentem mais confortáveis no escritório” é que não trabalham a partir de casa.

“Este é o momento de pensar fora da caixa e dar asas à criatividade, em todos os sentidos. Enquanto organização também estamos a ajustar-nos", refere Patrícia Cristóvão, da SAP

No Grupo Reditus 95% dos colaboradores estão em regime de teletrabalho. Depois existem alguns projetos em que isso não é possível, mas há “o distanciamento social e as condições necessárias para trabalhar em segurança, bem como todas as medidas necessárias para a continuidade do negócio”, garantiu fonte oficial ao SAPO TEK.

Quanto ao regresso ao escritório o sentimento é comum na maior parte das empresas: retomar a “atividade normal”, mas com todas as regras instituídas de segurança.

“O regresso ao escritório tem de ser seguro e transmitir a perceção de segurança às pessoas”, afirma Ângela Santos, da Ábaco Consulting

A Axians diz estar a trabalhar num plano de retoma, “tomando as precauções e cumprindo as indicações das autoridades de saúde, nomeadamente, no que diz respeito à limpeza, organização e ocupação dos espaços, aos equipamentos de proteção individual e às regras de distanciamento social dentro dos escritórios”, indica Fernando Rodrigues, Managing Director.

Tendo a segurança e o bem-estar da equipa como principal prioridade, a Ericsson também quer garantir que todas as medidas protocolares de prevenção e higiene se encontram em vigor nos seus edifícios, quando os colaboradores começarem, gradualmente, a regressar ao local de trabalho.

“O atual cenário de saúde pública impôs às empresas novas estratégias, novos métodos, ferramentas e funcionalidades que vieram claramente para ficar e que provam que o trabalho nunca mais será igual no pós-pandemia”, refere fonte oficial da Altice Portugal

“A partir deste momento vamos começar a controlar a taxa máxima de ocupação nos nossos edifícios, em diferentes etapas”, refere Rute Diniz. Numa primeira fase, o retorno será voluntário e até um máximo de 30% de ocupação do edifício, explica a Head of People da Ericsson Portugal.

A empresa está também a definir e a implementar instruções e protocolos detalhados sobre como usar os diferentes espaços nos edifícios, incluindo os postos de trabalho individuais e quaisquer áreas comuns, “levando sempre em consideração os requisitos de distanciamento social, cumprindo as regras ditadas pelas diversas instâncias governamentais”.

“O regresso apenas acontecerá quando conseguirmos garantir que as nossas pessoas estão totalmente seguras e confortáveis com esta mudança”, indica Sara Pereira da Critical TechWorks

São três as fases definidas pela Softinsa, sendo que cada uma delas contempla o regresso gradual dos colaboradores, também com medidas e protocolos muito específicos no que diz respeito à saúde e segurança de todos.

Na SAP Portugal a opinião dos funcionários foi tida em conta. “Efetuámos um inquérito interno, no sentido de averiguarmos que colaboradores têm disponibilidade para voltar ao seu posto físico logo numa primeira fase”, indicou Patrícia Cristóvão. Com estes dados, a Diretora de Recursos Humanos da SAP Portugal diz que a empresa ficou “ciente da melhor estratégia para este regresso a uma normalidade possível, com todos os constrangimentos que ainda implicará”.

O teletrabalho veio para ficar nas empresas de TI?

Embora as empresas planeiem retomar a atividade, nem todas antecipam um regresso “tradicional” ao escritório, ou mesmo a 100%, deixando clara a aposta a longo prazo apostando mais nas políticas de teletrabalho. “Acreditamos numa maior eficiência e produtividade com este modelo híbrido, ao mesmo tempo que permitimos aos nossos colaboradores um melhor equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional”, defende António Miguel Ferreira, Managing Director Iberia and Latin America da Claranet.

 “O movimento para regime de teletrabalho e confinamento foi rápido, mas o retorno à normalidade será lento”, adianta Fernando Rodrigues, da Axians

Para a Quidgest, a generalização do teletrabalho é um processo que terá de ser analisado e avaliado, e que deverá ter regras próprias, retiradas das lições aprendidas durante o período de confinamento. As equipas precisam, cada vez mais, de serem mais flexíveis e adaptar-se rapidamente ao inesperado, seja alinhar as suas tarefas com os colegas que podem ter horários ou prioridades diferentes, lidar com dificuldades técnicas, etc”.

O mais importante será a avaliação e reavaliação contínua de capacidade e ajustamento das tarefas e formas de trabalhar para conseguirem assegurar a eficácia e rentabilidade do seu trabalho. “Esta é uma das aprendizagens mais importantes que certamente vai influenciar a forma de trabalhar no futuro”.

“Acreditamos que modelos flexíveis e mistos serão os que vigorarão no futuro”, adaptando cada vez mais as necessidades dos colaboradores e o equilíbrio da sua vida pessoal e profissional”, responde Teresa Gândara, da Noesis

Para a Fujitsu as empresas estão agora mais bem equipadas para fornecer um modelo de acesso remoto seguro, "no qual a experiência de trabalho à distância dos colaboradores está otimizada, a produtividade é mantida e a pressão sobre os recursos TI permanece sob controlo”, apontou fonte oficial ao SAPO TEK.

Na atividade da Noesis, o trabalho remoto era já uma realidade do quotidiano, “pelo que o teletrabalho será certamente uma medida que se manterá, sem qualquer perturbação na produtividade e na qualidade dos serviços que prestamos aos nossos clientes”, considera Teresa Gândara, Human Capital Director. Mas há outras prioridades igualmente importantes, “e tal como temos feitos nestes últimos meses, não descuraremos as relações e a proximidade, por forma a que os nossos talentos continuem a sentir-se como parte integrante da Noesis. São eles o nosso maior bem”, acrescenta a responsável.

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