Nos últimos 10 anos muitas foram as tecnológicas que escolheram abrir capital e ir para a bolsa. Uma análise da startup portuguesa Rows mostra que a capitalização total de mercado das empresas que o fizeram é hoje de 2,04 biliões de dólares, com um crescimento médio de 227%. O melhor desempenho, em termos de retorno e estabilidade, é das empresas de software que, em média, conseguiram um crescimento de 273% nos últimos dez anos.
Os maiores sucessos nestas operações vão para empresas como a Shopify, Square e Facebook (agora Meta) que, na altura, protagonizou o terceiro maior IPO da história dos Estados Unidos e que continua hoje a manter uma das maiores valorizações em IPO: 104 mil milhões de dólares. Ainda assim, o IPO de maior sucesso da última década é da Service Now, com um retorno de 4211%. A segunda melhor operação é da Shopify, com um retorno de 3263%. Nos falhanços, destaque para empresas como o Coinbase, Lyft ou a GoPro.
A Farfetch é a única empresa portuguesa listada, com uma valorização em IPO de 5,8 mil milhões de dólares, mas com uma percentagem de crescimento negativa na ordem dos 43%. A percentagem de crescimento aqui considerada é apurada a partir da diferença entre a capitalização de mercado e a valorização em IPO. As ações da empresa portuguesa valem hoje menos 67% que no primeiro dia de negociação.
Por sub-sectores, verifica-se, por exemplo, que nas fintech são poucos os vencedores, como a Square e a The Trade Desk, mas conseguiram compensar as perdas do segmento, garantindo um retorno médio para as operações de dispersão de capital em empresas desta área na ordem dos 42%. Já em áreas como o ecommerce, a análise revela um retorno médio negativo.
Na lista preparada pela Row é possível ver informação sobre a data dos IPOs analisados, preço das ações listado, preço no primeiro dia de negociação e análise às variações ocorridas desde então. A lista, elaborada em colaboração com a Market Sentiment, contabiliza 143 tecnológicas admitidas à cotação entre 2012 e 2022 e pode ser consultada na íntegra aqui.
A Rows desenvolveu uma solução de folhas de cálculo que promete ser uma alternativa mais moderna ao Excel e ao Google Sheets. A empresa tem escritórios no Porto e em Berlim e conta com 16 colaboradores.
Em declarações ao SAPO TeK, um dos fundadores explicou que a solução tem dois fatores que a distinguem da concorrência. Por um lado, substitui o trabalho manual de importação e exportação de dados entre a spreadsheet e outras ferramentas, por ter integrações nativas com os sistemas das empresas (CRMs, Google Analytics, Facebook, Instagram, entre outros).
Por outro, abre a porta a uma “experiência de colaboração e partilha”, permitindo a partilha de folhas de cálculo como websites interativos que podem ser usados “em qualquer dispositivo, até num smartphone”, explicou Humberto Ayres Pereira.
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