Num comunicado oficial, enviado à agência Lusa, a empresa responsável pela construção do centro de dados SINES 4.0 confirmou que “foi alvo de uma operação de buscas conduzida pelas autoridades judiciais nas suas instalações, como parte de uma investigação mais ampla”.
“A empresa está a cooperar com as autoridades, fornecendo todas as informações necessárias e solicitadas, para garantir uma investigação completa e imparcial de todos os factos necessários”, especificou.
Na mesma nota, a Start Campus reafirmou “o seu total compromisso com a transparência, legalidade e integridade de todas as suas operações e em todas as fases do desenvolvimento do seu investimento em Portugal” e assegurou “que continuará as suas operações e investimento em Portugal”.
A investigação sobre os projetos de lítio e hidrogénio levaram ao pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre este assunto.
O chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus e um consultor foram detidos no âmbito da investigação relativa ao lítio e hidrogénio verde.
A informação foi confirmada oficialmente pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na qual justifica as detenções. A PGR considera que se verificam “os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas”.
Embora não sejam identificados todos os detidos, alguns meios de comunicação social já indicaram que o consultor é Diogo Lacerda Machado, advogado e empresário próximo do primeiro-ministro, enquanto os administradores da sociedade Start Campus de Sines serão Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.
Foram realizadas sob a direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) 17 buscas domiciliárias, cinco buscas em escritório e domicílio de advogado e 20 buscas não domiciliárias, nomeadamente, em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do primeiro-ministro; no Ministério do Ambiente e da Ação Climática; no Ministério das Infraestruturas e na Secretaria de Estado da Energia e Clima; na Câmara Municipal de Sines e na sede de outras entidades públicas e de empresas.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio. O Presidente convocou na quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, reuniu o Conselho de Estado esta quinta-feira.
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