Uma das empresas fornecedoras da Apple foi recentemente identificada pelas condições de trabalho que oferece aos seus colaboradores. Num relatório elaborado pela China Labor Watch, a Catcher Technology, que produz produtos para a Apple na região de Suqian, é destacada pela negativa. Os factores são vários. Turnos ininterruptos de 10 horas, em que os trabalhadores são obrigados a manter-se de pé durante todo o tempo, e exposição a gases e líquidos tóxicos são apenas alguns dos tópicos identificados.

Segundo a organização, esta empresa tem uma fábrica encarregue de produzir componentes para os MacBooks e a estrutura exterior do iPhone. Nas linhas de montagem, os trabalhadores não usam óculos de proteção nem abafadores de ruído embora trabalhem em condições que assim o exigem. Durante o corte dos materiais, por exemplo, o barulho chega a atingir os 80 decibeis, um valor que pode danificar a audição após exposições superiores a 8 horas seguidas.

Fábricas da Apple sob investigação
Fábricas da Apple sob investigação
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De acordo com a China Labor Watch, o chão da fábrica está frequentemente coberto de óleos que provocam quedas constantes aos trabalhadores e a comida servida no refeitório tem provocado casos de diarreia.

Note que, em prol dos lucros, estes trabalhadores auferem um salário pouco superior a 300 dólares, o que dá cerca de 1,38 dólares por cada hora de trabalho – a semana laboral chega a durar 55 horas em alguns casos.

O relatório adianta ainda que se um trabalhador apresentar demissão, a empresa pode pressioná-lo a ficar, não dando início ao processo de rescisão. Há ainda registos de trabalhadores que saíram sem receber o salário que lhes era devido.

Apesar de estar previsto nos contratos, os trabalhadores não recebem pelas horas extraordinárias e são obrigados a compensar as folgas tiradas a meio da semana.

O documento diz que há registos de trabalhadores que começaram a sofrer problemas de audição, dores nos olhos e visão turva.

A Bloomberg escreve que a maioria destes trabalhadores são recrutados através de agências de emprego em zonas rurais da China e que, sem sindicatos ou outras formas organizadas de contestar os atos da empresa, os empregados não têm outra hipótese senão coadunar com o que lhes é imposto.

Em resposta a estas alegações, a Apple respondeu que não foram encontradas quaisquer violações ao seu código de conduta após uma visita à fábrica e à entrevista de 150 trabalhadores daquela empresa.