Para que a Europa se aproxime dos EUA, ao nível do ensino superior, seria necessário investir anualmente mais 150 mil milhões de euros, estima uma comunicação publicada hoje pela Comissão Europeia. De acordo com esta comunicação - que reúne os resultados de documentos de trabalho sobre o assunto - é urgente modernizar o ensino superior na Europa e diversificar as suas formas de financiamento.



A CE considera que só reforçando a aposta em universidades mais modernas e abertas ao exterior é possível recuperar os atrasos, que se reflectem na investigação, face a países como os Estados Unidos ou Canadá.



Em termos de investimento, os números revelam que os países da UE gastam em média 1,1 por cento do PIB em ensino superior, um nível idêntico ao registado no Japão, mas à margem dos Estados Unidos e Canadá com budgets superiores a 2 por cento. De acordo com os mesmos dados, os níveis de investimento europeus no ensino superior vêm afectando o desempenho das universidades ao nível da investigação, manifestando-se no número de patentes registadas, papers publicados ou prémios Nobel vencidos, face aos Estados Unidos.



No que respeita ao número de indivíduos formados, os dados indicam que apenas 21 por cento da população activa da UE conclui o ensino superior, um número muito abaixo das médias dos Estados Unidos, o Canadá, ou o Japão que apresentam uma média de 38, 34 e 36 por cento, respectivamente.



O órgão executivo da União Europeia considera ainda que a qualidade média das universidades europeias é elevada, mas sublinha-se que estas não estão ainda em condições para mobilizar potencialidades, servindo os objectivos de crescimento económico, coesão social e emprego da União Europeia. A Comissão considera mesmo que a realidade actual das universidades europeias revela uma "falta de reactividade" face às mudanças na sociedade e ao paradigma da aprendizagem.



A comunicação sublinha a "existência de fragilidades importantes no desempenho das instituições europeias de ensino superior comparativamente ao dos nossos principais concorrentes, designadamente os EUA", detalha o comunicado.



Face ás conclusões, a Comissão "convida os decisores nacionais a definir medidas susceptíveis de permitir às universidades o desempenho de um papel importante na estratégia de Lisboa", acrescenta-se. Ao Conselho Europeu é também dirigido um convite, no sentido de adoptar uma resolução que "reforce o apelo a um novo tipo de parceria entre as autoridades públicas e as universidades" e aumente os níveis de investimento.



Os documentos que serviram de base á comunicação intitulam-se "Mobilizar os recursos intelectuais da Europa: criar condições para que as universidades dêem o seu pleno contributo para a estratégia de Lisboa" e "O papel das universidades na Europa do conhecimento".



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