O ano de 2013 foi um ano negro para o sector da tecnologia em matéria de despedimentos. As contas finais mostraram que foram eliminados mais de 260 mil postos de trabalho, mas em 2024 as empresas continuam a fazer ajustes, que passam não só por redimensionar equipas como adaptá-las às novas estratégicas em cada negócio.
Uma nova análise da BestBrokers revela que este ano em todo o mundo os despedimentos em empresas de tecnologia já afetaram 203.946 posições em mais de 165 empresas. Nas 20 maiores operações de redução de pessoal está uma empresa de origem portuguesa: a Farfetch, que terá dispensado cerca de 2000 trabalhadores para evitar a falência que também levou à venda da companhia a um grupo coreano.
Os dados compilados a partir da informação disponível no site TrueUp listam mais uma empresa portuguesa, a SmartexAI, com soluções baseadas em IA para otimizar operações em indústrias como o têxtil, que terá dispensado 18 pessoas.
Os dados mostram ainda que as empresas americanas continuam a liderar em volume de saídas, com mais de 115 mil despedimentos anunciados em 2024, cerca de 57% do total. As companhias que mais despediram este ano no sector e no país terão sido a Dell, a Intel, a Tesla, a Microsoft e a Cisco. A justificação para as saídas variou entre a necessidade de reduzir custos e adaptar a estrutura das companhias aos novos desenvolvimentos em torno da IA.
Nesta lista a Dell é a líder destacada, com 18.500 saídas previstas em duas rondas distintas de despedimentos. A Intel vem logo a seguir, com 15 mil despedimentos em marcha. O top 3 fecha com a Tesla que deu ordem de saída a 14 mil funcionários. Fora dos Estados Unidos, os países com maior número de despedimentos na tecnologia já este ano são a China, Alemanha, Japão e Índia.
Na China as empresas de tecnologia terão já dispensado este ano 12.900 colaboradores. Na Alemanha o número não é muito diferente: 12.240 e na Índia os despedimentos na tecnologia atingem os 8.560. No extremo oposto da tabela dos países que mais despediram estão Portugal e a Rússia, que surgem como os países que menos despediram na tecnologia. Portugal com 18 pessoas afetadas e a Rússia com 50.
A marcar o passo ao investimento e redução de custos no sector continuam os avanços rápidos na área da inteligência artificial, a incerteza económica e as elevadas taxas de juro.
Os dados de referência para esta análise são anúncios oficiais de despedimentos, neste caso 700. Os números finais podem ser mais elevados, porque muitas empresas não comunicam oficialmente as saídas de colaboradores no âmbito de programas de redução de custos ou reorganizações estratégicas.
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