Os dados das consultoras sobre o mercado de smartphones mostram mudanças que podem ainda acentuar-se até ao final do ano, com alterações no top 5 que ameaçam a liderança instalada da Samsung. A Canalys já tinha reportado o avanço da Xiaomi, que a IDC e a Counterpoint agora confirmam e, apesar de faltar ainda o relatório da Gartner sobre o segundo trimestre, tudo indica que os dados estão lançados para que a empresa chinesa fundada em 2010 venha a disputar a liderança nos smartphones.
Os números da IDC para o segundo trimestre do ano revelam que, em termos globais, o mercado cresceu 13,2% entre abril e junho, com os fabricantes a enviarem 313,2 milhões de dispositivos para as lojas no período.
A Xiaomi, como já tinham confirmado os resultados apurados por outros analistas, é a grande beneficiada pelas mudanças recentes no mercado, como o declínio da Huawei e a anunciada saída da LG do segmento móvel, sublinha a IDC.
No segundo trimestre do ano, e pela primeira vez na sua história, a marca chinesa assumiu o segundo lugar mundial na venda de smartphones, destronando a Apple. As vendas em volume da fabricante chinesa cresceram 86,6% no trimestre, o que lhe garantiu uma quota de mercado de 16,9% a nível global, traduzida em 53,1 milhões de equipamentos expedidos.
A líder Samsung vendeu, no mesmo período, 59 milhões de equipamentos e garantiu uma quota de 18,8% e, a fechar o Top 3, a Apple comercializou 44,2 milhões e assegurou uma quota de 14,1%. A lista dos cinco maiores fabricantes mundiais de smartphones no trimestre integra ainda mais duas fabricantes chinesas, a Oppo e a Vivo.
A Counterpoint que também apresentou dados de vendas para o mesmo trimestre também vê neste declínio uma das explicações para o sucesso da Xiaomi no trimestre. A consultora coloca a Samsung a perder três pontos percentuais na sua quota global de mercado, para 18%, neste mesmo período.
A empresa sublinha que alguns dos mercados mais fortes da Samsung no período em análise - Índia, América Latina e Central e Sudoeste Asiático - foram mais afetados pela pandemia no trimestre e alvo de mais restrições, que acabaram por impactar vendas. Destaque para a Índia, neste capítulo.
Xiaomi continua a crescer
Por seu lado, a Xiaomi está a crescer sobretudo na China, na Europa e no Sudoeste Asiático e beneficiou das medidas de alívio que nalgumas destas regiões o avanço no processo de vacinação - na Europa por exemplo - acabaram por permitir.
Nos dados apurados pela Counterpoint, as vendas da Xiaomi no trimestre avançaram 98%, revelando uma estratégia eficiente de combinação de equipamentos com diferentes gamas de preço, destaca a empresa de estudos de mercado. Os modelos mais bem-sucedidos em termos de vendas no trimestre terão sido o Redmi 9, Note 9 e Note 10, para além do topo de gama Mi 11.
A Counterpoint, que já tinha apresentado uma análise mais detalhada à boa performance da Apple nos últimos meses, sustentada no sucesso de vendas do iPhone 12, volta a destacar o tema e a apresentar a empresa como a fabricante que mais faturou no trimestre, tendo por base o preço tabela dos equipamentos.
A beneficiar das dificuldades da Huawei e da decisão estratégica da LG neste trimestre estiveram também outras marcas neste trimestre, sublinha a IDC, como a Motorola, a TCL ou a OnePlus, que acabaram por crescer mais no último ano do que nos anteriores no mercado norte-americano. Na China, os grandes beneficiários foram, além da Xiaomi, a Oppo, a Vivo e a Apple.
Apple aproveita queda da Huawei
Em relação à marca da maçã, a IDC reconhece que há sinais de uma clara transferência de vendas da Huawei para a Apple, na gama mais alta do mercado, por falta de opções na marca chinesa, uma tendência que já se tinha verificado nos três primeiros meses do ano, quando a Apple captou 72% das vendas de smartphones com preços acima dos 800 dólares na China e a Huawei 24%.
O iPhone 12 bateu recordes de vendas e a versão mais cara, o iPhone 12 Pro Max, foi a mais procurada.
Os números da IDC também mostram que a China foi a região do globo que menos contribuiu para o crescimento global do mercado de smartphones entre abril e junho, devido a uma procura abaixo do esperado de equipamentos de gama alta, potenciada pela quebra de vendas da Huawei, que acabou por contribuir para uma contração de 10% das vendas naquela geografia.
A IDC sublinha ainda o bom comportamento do mercado de equipamentos móveis mesmo em tempos de pandemia e destaca o crescimento das vendas no 5G, impulsionada pela descida do preço médio dos equipamentos com suporte para a tecnologia, embora também note que aquela caraterística ainda não é, por si só, impulsionadora de vendas.
“As vendas de dispositivos 5G estão em crescimento, sobretudo porque os preços diminuíram, mas continuamos a acreditar que os consumidores não estão a comprar particularmente por causa do 5G. Estão a comprar porque precisam de substituir os seus equipamentos e em alguns casos quando compram o seu primeiro smartphone”, destaca Ryan Reith, vice-presidente do programa Mobile and Consumer Device Trackers da IDC.
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