Um impulso para a aquisição de novos aparelhos no final do ano por parte dos consumidores levou a um aumento das vendas de telemóveis superior ao previsto, de acordo com a empresa de estudos de mercado Gartner Dataquest, que
acrescentou esperar que este ano se registe um aumento ainda mais acentuado.

Ao todo, as vendas mundiais de terminais móveis ascenderam a 423,4 milhões de unidades em 2002, o que representou uma subida de seis por cento em comparação com 2001, ano em que foram comercializados 400 milhões de aparelhos. No quarto trimestre, foram vendidas 122,6 milhões de unidades, um aumento de 14 por cento face ao mesmo período de 2001.

Quatro das cinco maiores fabricantes conquistaram uma ligeira quota de mercado em comparação com 2001, excepto a Nokia que estagnou, tendo a Samsung liderado a subida, registando um aumento de 47,6 por cento nas vendas a utilizadores-finais. Apesar do crescimento nulo, a Nokia continua a liderar firmemente o mercado e a vender mais do dobro do número de aparelhos do que a sua concorrente mais próxima, a Motorola.

Em termos de países, a Gartner Dataquest indica que houve um aumento exponencial em países pertencentes à região Ásia-Pacífico e na Alemanha. Em especial nos mercados maturos, o crescimento foi sustentado pela tendência de substituição de velhos aparelhos por novos que ocorreu mais cedo do que o esperado. Os analistas da companhia de estudos de mercado esperam que este ano seja marcado por um incremento entre os 10 e os 15 por cento. Nesse caso, seria a primeira subida com uma percentagem de dois digitos desde 2000.

Para manter os níveis de crescimento, as fabricantes de telemóveis estão a centrar-se nas vendas de substituição, dado que muitos consumidores já possuem um aparelho, sendo que, actualmente, mil milhões de pessoas já utilizam um telemóvel. Para tal, precisam de oferecer funcionalidades novas para dar aos consumidores razões para trocarem o seu velho terminal.

Apesar das operadoras estarem apostadas em promover os novos modelos com câmaras digitais e ecrãs a cores, a maior parte das vendas relativas ao último trimestre do ano passado centraram-se em aparelhos básicos que actualmente contêm mais funcionalidades do que anteriormente, como marcação por voz e toques musicais. Os analistas da empresa avisaram que as operadoras estão a preparar cortes nos subsídios dos telefones celulares, o que poderá prejudicar as vendas durante este ano.

A quota de mercado da Nokia durante o quarto trimestre foi de 36,8 por cento, tendo-se mantido quase inalterável em relação aos 36,9 por cento registados no mesmo período de 2001. A fabricante finlandesa terminou 2002 com uma quota de 35,8, uma subida face aos 35 por cento verificados em 2001. A Motorola teve uma quota de mercado de 15,6 por cento face a 14,7 por cento um ano antes, ao passo que a sua quota relativa ao ano inteiro foi de 15,3 por cento em comparação com 14,8 por cento no ano anterior.

A Samsung, terceira maior fabricante mundial, concluiu 2002 com uma quota de mercado de 9,8 por cento, uma subida em relação aos 7,1 por cento obtidos em 2001. A alemã Siemens, ultrapassada pela Samsung no ano passado, também continuou a crescer, encerrando o ano com uma quota de 8,2 por cento face aos 7,4 por cento obtidos em 2001. A joint-venture Sony Ericsson, cuja quota de mercado relativa ao total do ano desceu ainda mais, dos 6,7 por cento para os 5,5 por cento, inverteu a tendência no último trimestre.

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