António Viana Baptista, director-geral da Telefónica Espanha , disse hoje que não há espaço no mercado português para o número actual de operadores. “Não existe mercado para tantos operadores. Alguma consolidação vai ter de acontecer”, defendeu o responsável, lembrando que a Europa terá de realizar ao longo dos próximos quatro anos investimentos na ordem dos 100 mil milhões de euros em fibra, se quiser manter a liderança tecnológica.

Pela fragmentação, o mercado português de telecomunicações não atrairá o nível de investimento necessário para entrar na era da fibra, defende. A própria Europa terá, segundo a mesma perspectiva, de cumprir este esforço de investimento para não ser ultrapassada por regiões como a Ásia ou os Estados Unidos nas chamadas redes de próxima geração.

A questão das redes de próxima geração deveria, para António Viana Baptista, ser já hoje uma prioridade dos reguladores europeus, que considera demasiado focados nas questões de preço. “A maior parte dos reguladores está preocupada com o menor preço dos serviços hoje e menos preocupado com a viabilidade dos investimentos que amanhã vão garantir novas ofertas”, defende.

O gestor aponta a revisão do quadro regulamentar das comunicações electrónicas, recentemente apresentada pela Comissão Europeia, como um exemplo de falta de visão relativamente à questão das Next Generation Networks, já que a forma como a Europa pretende dar o salto para este tipo de infra-estrutura é uma questão sem resposta na revisão em marcha.

António Viana Baptista sublinhou ainda na apresentação a oportunidade para os operadores de telecomunicações, criada pela procura cada vez maior de serviços de comunicações, um fenómeno que reage à cada vez maior largura de banda disponível e aos novos serviços aí suportados.




Notícias Relacionadas:

2007-12-04 - 17º Congresso da APDC - Sócrates diz que spin-off da PT Multimédia deve ser aproveitado em benefício do sector