Três milhões e meio de portugueses foram já visados pela migração para a televisão digital terrestre, de acordo com dados da Anacom. A operação mais relevante - pelo número potencial de pessoas - aconteceu no passado dia um de fevereiro com o desligamento do emissor de Monsanto.



Além do emissor de Monsanto, foram afetados pelo desligamento do passado dia 1 de fevereiro os retransmissores do Areeiro, Barcarena, Caparica, Carvalhal, Cheleiros, Estoril, Graça, Montemor-o-Novo, Odivelas, Sintra, Malveira, Sobral de Monte Agraço, Coruche e Cabeção, aumentando para cerca de meia centena o número de concelhos já visados pelo fim da TV analógica.



Para que a primeira fase da operação, que cobre todo o país até 26 de abril, fique completa falta ainda avançar com o switch-off em mais dois locais. O próximo passo tem lugar já a 13 de fevereiro, no emissor de Reguengo do Fetal. Nessa altura serão potencialmente afetados pela mudança mais 1,3 milhões de telespectadores, correspondentes a cerca de meio milhão de famílias.



Num balanço realizado a 26 de janeiro a Anacom dava conta que um total de 538 pessoas tinham ligado para o centro, das quais 400 tinham ficado sem televisão por não ter realizado a tempo os procedimentos necessários para ter acesso aos serviços digitais.



Numa nota publicada hoje, o regulador atualiza os números e revela que o call center criado para esclarecer dúvidas sobre o processo de migração para a Televisão Digital Terrestre recebeu até à data 1.400 chamadas.



Com o desligamento do emissor de Reguengo do Fetal no próximo dia 13 de fevereiro serão também desligados os retransmissores de Vale de Santarém, Sobral da Lagoa, Mira de Aire, Candeeiros, Alcaria, Tomar, Ourém, Caranguejeira, Leiria, Alvaiázere, Avelar, Pombal, Castanheira de Pera, Espinhal, Senhora do Circo, Padrão, Ceira dos Vales, Vale de Açôr, Vila Nova de Ceira, Ceira, Coimbra, Caneiro, Cidreira, Lorvão, Penacova, Mortágua, Avô e Benfeita. Os distritos afetados são de Lisboa, Coimbra, Leiria, Viseu e Aveiro.



Na nota que publica hoje, a Anacom informa que, "apesar das pessoas que tiverem as antenas orientadas para o emissor da Lousã e Montejunto poderem continuar a receber o sinal analógico, toda a população deverá proceder de imediato à migração para a TDT". A migração na data prevista evitará "constrangimentos de última hora", sublinha o regulador.



Recorde-se que além do emissor de Monsanto foram até à data desligados os emissores de Palmela e da Foia. Ainda em 2011 Alenquer, Agualva-Cacém e a Nazaré também disseram adeus ao sinal analógico de televisão. As regiões foram escolhidas para um piloto que testou a migração para o sinal digital de televisão.



Para continuar a ver televisão em sinal aberto, após o switch-off deve verificar se está numa zona de cobertura da TDT (Televisão Digital Terrestre) e se tem um televisor compatível com as normas DVB-T e MPEG-4/H.264, tecnologias escolhidas para suportar o serviço. Quem não tem um equipamento com estas condições - disponíveis apenas nos modelos de equipamentos mais recentes - precisa de adquirir um equipamento descodificador para ligar ao televisor antigo.



Quem não está na zona de cobertura da TDT terá acesso ao serviço via satélite. A Portugal Telecom, que fornece o serviço, comercializa a solução.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira