As operadoras de telecomunicações &T e Verizon e a FAA, a reguladora dos transportes, travaram um braço-de-ferro em torno do lançamento do 5G nos aeroportos nos Estados Unidos, ligado a questões de segurança, mas acabaram por chegar a um acordo. Em causa estava o pedido da entidade reguladora por mais tempo às operadoras para investigar os efeitos que o 5G têm nos componentes eletrónicos dos aviões e aeroportos.

Operadoras americanas cedem à pressão da reguladora e adiam lançamento do 5G por duas semanas
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Tudo estava a postos para o lançamento no dia 5 de janeiro, levando inicialmente as empresas a negarem mais adiamentos, depois do prazo que já haviam concedido anteriormente, levando a falhar as campanhas de Natal. Mas acabaram por ceder ao pedido de mais 15 dias, ao mesmo tempo que se comprometiam a criar zonas de proteção, anulando o 5G em torno de 50 aeroportos apontados pela FAA, daí o tempo extra necessário para escolher quais os aeroportos mais sujeitos a disrupções nos voos devido às operações associados ao lançamento do 5G. Este acordo das zonas de exclusão será válido por um período de seis meses nesses 50 aeroportos nos Estados Unidos.

A FFA antecipou-se ao novo prazo e divulgou a lista dos 50 aeroportos escolhidos com o sistema de mitigação de 5G, baseado na sua localização, volume de tráfego e a possibilidade de baixa visibilidade, fatores que mais contribuem para atrasos ou cancelamentos de voos, devido às operadoras introduzirem os seus serviços de 5G.

Veja na galeria a lista dos aeroportos com zonas protegidas contra o 5G:

Na lista destacam-se alguns dos aeroportos mais importantes dos Estados Unidos, como o Los Angeles, Dalas, Austin, Detroit, o JFK de Nova Iorque, Chicago, Filadélfia, entre outros. Aeroportos como o de Seattle e San Francisco estão na lista pelo impacto das condições de nevoeiro. Estes 50 aeroportos terão assim os seus transmissores de 5G desligados nas zonas protegidas durante seis meses.

Segundo explicou a FAA, o problema técnico que está a obrigar ao adiamento está no receio que o sinal 5G possa interferir com a precisão do altímetro de rádio dos aviões, no caso de não serem introduzidas soluções de mitigação. Estes altímetros são essenciais para as aterragens automáticas. A reguladora afirma que as mudanças feitas podem ter impacto na segurança e afetar o fluxo das viagens dos aeroportos listados. As entidades têm agora seis meses para criar as soluções para mitigar os efeitos do 5G nos referidos componentes.