510 milhões querem migrar para o 5G em 2023. Quem já usa procura mais serviços do metaverso

Cristina A. Ferreira

14 out 2022 10:32

Este artigo tem mais de 2 anos

Os dados constam de um estudo realizado pela Ericsson que envolveu 49 mil consumidores em 37 mercados. O 5G está a mudar hábitos e expectativas no consumo de serviços móveis.

No próximo ano os serviços 5G vão conquistar, pelo menos, 510 milhões de consumidores, de acordo com os dados apurados por um novo estudo do ConsumerLab da Ericsson. Este número traduz a intenção de 30% dos utilizadores móveis migrarem para a tecnologia, uma proporção que não será igual em todos os países e que será influenciada pela maturidade de cada mercado e pelo impacto da inflação nas decisões dos consumidores.

A próxima vaga de utilizadores da tecnologia será mais exigente e terá grandes expectativas quanto ao desempenho da tecnologia e à cobertura da rede, em comparação com os primeiros utilizadores, que privilegiavam sobretudo os novos serviços assentes na tecnologia.

Precisamente por esta razão, a Ericsson alinha como tendência para o próximo ano a perceção da disponibilidade do 5G, como a nova referência de satisfação entre os consumidores. “A cobertura geográfica, a cobertura interna/externa e a cobertura agregada de hot spots são mais importantes para a construção de uma perceção pelo utilizador, do que a cobertura da população”, refere a empresa. Sete em cada 10 inquiridos no estudo 5G: The Next Wave relacionam a satisfação com o serviço com a perceção de conectividade.

Ainda assim, verifica-se que seis em cada 10 utilizadores querem planos de comunicações que tenham mais do que tráfego de dados generoso e um em cada quatro quer ter a possibilidade de utilização de uma rede 5G com mais performance, quando há necessidade disso.

Os dados também mostram que o 5G está a impulsionar a utilização do vídeo melhorado e da Realidade Aumentada. Nos últimos dois anos, por exemplo, o tempo gasto em aplicações AR por utilizadores 5G duplicou para duas horas por semana.

Revela-se ainda que os utilizadores de 5G, em média, já estão a gastar mais uma hora por semana em serviços relacionados com o metaverso que os clientes 4G. Entre eles, jogos em mundos virtuais e RA. “Também esperam mais duas horas de conteúdos de vídeo por semana em dispositivos móveis, das quais 1,5 horas serão consumidas em óculos AR/VR até 2025”, sublinha-se.

Estes dados fazem aliás prever que os consumidores 5G com experiência na utilização de funcionalidades de realidade alargada deverão ser os primeiros a abraçar futuros dispositivos, por já terem uma perceção mais positiva do potencial dos óculos de realidade mista.

Mais de 49.000 consumidores em 37 países foram entrevistados na pesquisa, representativa das opiniões de cerca de 1,7 mil milhões de consumidores em todo o mundo, incluindo 430 milhões de assinantes de 5G.

Veja a infografia abaixo com o resumo das principais tendências identificadas pelo estudo.