Esta semana, Espanha deu por concluído mais um leilão 5G, que aumentou para 1,5 mil milhões de euros o investimento realizado até agora pelos operadores em licenças para operar a tecnologia. Dos diferentes leilões já realizados no país vizinho, este foi o que menos rendeu, com vários lotes sem interessados e aqueles que foram comprados a não irem além do preço de licitação. O espectro agora disponibilizado visou a banda de frequências dos 26 GHz e vai permitir reforçar a cobertura e os serviços suportados em redes de quinta geração no país.

Na contabilidade final dos vários leilões nos maiores operadores do país, o maior investimento foi realizado pela Vodafone, que desembolsou 550 milhões de euros para garantir novas licenças. A Orange investiu 531 milhões de euros e a Telefónica 458 milhões.

Como sublinha o jornal espanhol Cinco Dias, os leilões aconteceram em momentos de grande pressão para os principais operadores locais. Primeiro pelo impacto da Covid-19, mas também pelo ambiente económico e pelos novos concorrentes, que têm conseguido abalar as suas sólidas quotas de mercado. Em conjunto, Telefónica, Orange e Vodafone controlavam antes da chegada ao mercado da MásMóvil e da Digi, 77,5% dos clientes. Hoje somam 74,2%.

Recorde-se que a MásMóvil operava em Portugal, através da Nowo, em processo de aquisição pela Vodafone e que a Digi também detém licenças para fornecer serviços de telecomunicações em Portugal (investiu 67 milhões de euros em licenças 5G), mas tem vindo a adiar o arranque da operação. Ambas entraram no mercado espanhol com uma estratégia agressiva de preços para bater a concorrência instalada.

Antes deste leilão, Espanha já tinha levado a cabo leilões para as bandas dos 3,5 GHz, 3,8 GHz e 700 MHz. O mais rentável para os cofres do Estado foi este último (700 MHz), onde os três operadores investiram um pouco mais de 1.000 milhões de euros em licenças. Nos leilões para as faixas de frequência de 3,8 e 3,5 GHz o encaixe para o Estados ficou um pouco acima dos 450 milhões de euros.

Desta vez, estavam em causa 12 licenças nacionais, para um total de 2,400 MHz e 38 licenças regionais para um total de 400 MHz em blocos de 200 MHz. Boa parte do espectro colocado à disposição não foi arrematado pelos operadores, sobretudo no que se refere às licenças de âmbito regional, onde só uma das 38 foi licitada. Nas licenças de âmbito nacional, 25% também não tiveram interessados, refletindo as reticências que os operadores já tinham manifestado na fase de consulta, por falta de maturidade da tecnologia.

O Estado previa arrecadar 56 milhões de euros com este último leilão, mas só vai conseguir arrecadar 36 milhões. O maior investimento, desta vez, foi da Telefónia que desembolsou 20 milhões de euros. As concorrentes pagaram 8 milhões cada uma por dois blocos de espectro.

No final de setembro, a Telefónica garantia já uma cobertura 5G de 83% da população, a Orange de 69% da população e a rede 5G da Vodafone chegava a 46% da população, segundo o Cinco Dias, diferenças que também refletem obrigações de cobertura diferentes para as três operadoras.

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