Para assinalar o terceiro aniversário do lançamento 5G em Portugal, a NOS fez um ponto de situação dos seus avanços em torno da tecnologia, incluindo o lançamento do 5G Stand Alone. O local escolhido foi o HUB 5G da NOS, no Parque das Nações, que tem servido como incubador de diferentes projetos relacionados com tecnologia. O operador escolheu o mês de novembro para comemoração, prometendo novidades na área do 5G.

O Hub 5G já tinha disponível aquela que é considerada a primeira rede privada stand alone na Península Ibérica, permitindo às muitas empresas utilizarem este espaço para testar produtos e serviços e adaptar-se à nova tecnologia. Manuel Ramalho Eanes, administrador da NOS, afirma que a empresa lidera a tecnologia 5G em Portugal e segundo a Ookla tem uma das melhores redes da Europa.

Em termos de balanço, a NOS fez 420 milhões de euros de investimento na rede desde o início do leilão, tem atualmente 4.710 estações de 5G, apontando uma cobertura de 99,1% da população. Criaram um fundo NOS 5G no valor de 10 milhões de euros além do Hub 5G, para mostrar aos clientes a aplicação do seu negócio. O Test Bed 5G tem 165 projetos incubados e ainda 12 Agendas mobilizadoras. Tem parceiros em dois projetos 5G na área da saúde e no ambiente rural. A empresa tem ainda 110 milhões de investimento no 5G até ao final da geração.

O 5G Stand Alone da NOS (também conhecido como 5G+) ficou finalmente disponível a partir de hoje para os seus clientes. A Xiaomi e Samsung são as primeiras marcas com smartphones compatíveis. Mas até ao final do ano as restantes marcas vão começar a atualizar por firmware os já disponíveis. Segundo explicou Jorge Graça, Chief Technology and Information Officer da NOS ao SAPO TEK, praticamente todos os smartphones das últimas duas gerações são compatíveis. Toda a rede cobertura em Portugal funciona com o 5G Stand Alone, ou seja, os 99,1% da população estão cobertas com a tecnologia, sem as “muletas do 4G”, desde que tenham os smartphones compatíveis.

O novo serviço está embutido no tarifário ilimitado que abrange o 5G dos seus clientes. Estes não precisam de fazer nenhum pedido, tudo será automatizado, desde que tenham os equipamentos e também um cartão SIM (desde que adquirido desde o início do ano). Na prática o cliente não dá conta da passagem para a nova tecnologia, mas a empresa espera que note em termos de performance.

Jorge Graça diz que em termos de velocidade não será muito diferente, mas onde os clientes vão beneficiar será a latência inferior, mais velocidade de upload, mas sobretudo, vão notar uma poupança de energia do smartphone no uso do 5G Stand Alone. Foi também explicado ao SAPO TEK que toda a rede da NOS  em Portugal funciona com o 5G Stand Alone, ou seja, os 99,1% da população estão cobertas com a tecnologia.

O 5G ainda não é lucrativo e há um longo caminho pela frente

A NOS considera que o 5G ainda tem um longo caminho pela frente, mas considera que liderou muitos dos projetos, “as primeiras vezes”, como o primeiro hospital, primeira escola, primeiro estádio e primeira fábrica equipados com 5G. A sua rede fez a primeira cirurgia com base nesta tecnologia, além da introdução do Reporter 5G no NOS Alive. Levou para o festival sistemas tecnológicos para ajudar aqueles que não têm capacidade de mobilidade, oferecendo assim mais inclusão. A agricultura, redes de emergência e florestas são áreas onde está presente.

Tem mais de 600 projetos 5G atualmente, incluindo na Indústria 4.0 onde tem 30 projetos em curso e 60 projetos em Smart Cities. Cidades 5G, Loulé, Famalicão, Lagoa, Pontal Delgada e Pombal. Tem atualmente 46 parceiros nos diversos projetos, mas Manuel Ramalho Eanes considera que ainda tem um longo caminho pela frente.

Jorge Graça, no dia em que lança oficialmente o 5G Stand Alone, afirma ser a evolução da rede, a capacidade de desbloquear o potencial completo do 5G. E explica que antes, o 5G trabalhava sobre a rede 4G, que servia de apoio. É uma transformação onde são libertadas as limitações impostas pelo 4G. A empresa começou a disponibilizar latência ultrabaixa inferior a 10ms, o que permite finalmente controlo remoto de máquinas ou mesmo veículos autónomos.

O network slicing é outra característica do 5G SA, onde é possível isolar recursos para segurança pública, aeroportos, ou seja, a tecnologia 5G SA permite “cortar” e segmentar a rede para garantir as necessidades de projetos. Jorge Graça aponta ainda que SE consegue ter a mesma performance tecnológica a um consumo inferior, prometendo maior sustentabilidade. Por fim, as novas aplicações suportadas em IA que podem trabalhar de forma mais eficiente. 

A NOS vai lançar no dia 6 de novembro a app Pata à Porta, uma aplicação para ajudar as pessoas a adotar animais. Outras iniciativas que a NOS vai promover este mês passa por Talks Internas e também uma iniciativa Futebol para todos, com o Politécnico de Leiria e vai permitir que os momentos mais importantes de um jogo sejam transmitidos em sons para pessoas com limitações de visão. Por fim, marca para o dia 28 de novembro a Conferência Inovação 5G.

A NOS criou ainda um espaço virtual no metaverso, um repositório com o resultado dos três anos de trabalhos relacionados com o 5G. A empresa vai continuar a alimentar com os conteúdos neste ambiente 3D, que pode visitar em forma virtual no HUB 5G. O SAPO TEK experimentou este ambiente de menus tridimensionais, permitindo vários utilizadores em simultâneo a assistir nos grandes ecrãs virtuais os conteúdos compilados em vídeo. 

Questionado sobre o retorno do investimento do 5G, Manuel Ramalho Eanes afirma que a empresa não está satisfeita com o retorno financeiro da tecnologia. Garante que está satisfeito pela qualidade da rede e reconhecimento internacional, o número de projetos, além da sua abrangência económica e social. Mas não se trata de um “problema” a nível nacional, mas internacional, em que todos os players têm sentido dificuldade em converter o investimento. No entanto, a empresa diz que tem uma janela de oito anos para fechar este capítulo e dar início ao próximo, e dessa forma mais cinco anos para continuar a converter o investimento em retorno.

Respondendo à entrada do novo player no mercado, a Digi, não considera que a nova operadora seja o maior desafio para a empresa. Mas sim, vê que os clientes são a principal fonte dos desafios e os parceiros com quem trabalha. E isso parece estar patente na “coincidência” do lançamento hoje do 5G Stand Alone, no mesmo dia em que a nova operadora chega ao mercado. Não sabe o que vai a Digi vai trazer para Portugal, mas nos mercados onde está presente, Manuel Ramalho Eanes diz que não tem visto muita inovação.

Nota de redação: Notícia atualizada com mais informação. Última atualização 12h05.