A União Europeia tem objetivos ambiciosos para o 5G. Exemplo disso são as metas de conectividade da Década Digital, que ambicionam alcançar uma cobertura total de redes Gigabit e 5G até 2030, assim como os objetivos da recente Bússola para Competitividade, que dão prioridade aos investimentos no 5G Standalone (SA). 

No entanto, um novo relatório mostra que a Europa apresenta os piores resultados no desempenho e disponibilidade das redes 5G SA. O relatório, elaborado pela Ookla e Omdia, realça que as disparidades significativas na implementação de redes 5G SA na Europa estão a enfraquecer a competitividade da região, além de aprofundarem o “fosso” existente em comparação com os Estados Unidos e China.

De acordo com os dados avançados, no último trimestre de 2024, a China (80%), a Índia (52%) e os Estados Unidos (24%) lideravam o ranking de disponibilidade de 5G SA, bem à frente da Europa (2%).

Ookla | A Global Evaluation of Europe’s Competitiveness in 5G SA
Ookla | A Global Evaluation of Europe’s Competitiveness in 5G SA créditos: Ookla/Omdia

A região está também atrasada no que respeita a outras métricas importantes. A velocidade média de download registada para os consumidores europeus que já têm acesso a 5G SA é de 221,17 Mbps. Por comparação, a velocidade registada nas Américas ronda os 384,42 Mbps.

A velocidade média de download na Europa fica igualmente abaixo daquela que se regista na região Ásia Pacífico, seja nos países desenvolvidos (237,04 Mbps) ou em desenvolvimento (259,73 Mbps).

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Na Europa, o processo de implementação das redes 5G SA decorre a diferentes velocidades. O relatório realça que os melhores resultados foram observados em países que têm políticas específicas concebidas para incentivar a implementação, com destaque para a Alemanha, Reino Unido e Espanha.

A nível internacional, as redes 5G SA representam melhorias significativas no desempenho em comparação com arquiteturas não-standalone.

Por exemplo, no último trimestre de 2024, a latência média era 20% mais baixa em redes 5G SA na China e Europa, e 25% mais baixa nos Estados Unidos e Japão. De modo semelhante, a velocidade média de download das redes 5G SA é 57% mais elevada na Europa e 84% mais alta na China.

Apesar das melhorias registadas, a Europa ainda não conseguiu aproveitar todo o potencial do 5G SA. As capacidades avançadas da tecnologia ainda estão limitadas a alguns operadores em mercados líderes, como os Estados Unidos. Além disso, os operadores europeus necessitam de adaptar os seus modelos de negócios para tirar o máximo partido do potencial de monetização da tecnologia, aponta o relatório.