Em 2022 foram registados 37 incidentes de segurança pelos operadores de serviços de comunicações eletrónicas e notificados à ANACOM. O regulador diz que houve menos um caso do que em 2021, mantendo a tendência de redução dos últimos seis anos. No entanto, o impacto dos incidentes é referido como muito assinalável, tendo afetado cerca de 6,4 milhões de assinantes, um “aumento muito expressivo em relação a 2021”, refere o regulador.
Dos 37 incidentes reportados, destaca um que teve impacto na rede core de “um dos principais operadores de comunicações em Portugal”. A ANACOM refere-se ao ciberataque à Vodafone no dia 8 de fevereiro de 2022, que afetou os serviços de comunicações fixas e móveis. Salienta que com a probabilidade crescente de novas tentativas deste tipo de ataques “é da maior importância que as entidades continuem a trabalhar na adoção de medidas preventivas e de mitigação, de uma forma coordenada”.
Em termos geográficos, a região litoral oeste de Portugal foi a que registou o maior número de incidentes nas redes e serviços, com uma duração média anual de 16 horas. E a maior parte das notificações recebidas pela ANACOM em 2022 focaram-se na causa “Acidente ou fenómeno natural”, seguindo-se “Manutenção ou falha de hardware ou software” e “falha no fornecimento de bens ou serviços por terceiro”, no pódio dos incidentes de segurança notificados, mas representando 56% do total. Estes incidentes estão associados a causas como falhas de energia, cortes dos cabos de fibra ótica, avarias dos equipamentos ou cortes de serviço para trabalhos de manutenção.
A telefonia fixa foi o serviço mais vezes afetado, representando 43% do total das notificações enviadas, seguindo-se a internet fixa com 38% e a televisão por subscrição com 30%.
Traçando uma análise dos últimos oito anos, os três serviços mais afetados foram a telefonia fixa (67%), a telefonia móvel (55%) e a internet móvel (40%). Seguem-se a internet fixa (31%), TDT (23%) e a televisão por subscrição (22%).
Dos 37 incidentes de segurança registados, apenas em oito casos foram prestadas informações ao público, refere o relatório. Os incidentes que condicionaram a realização de chamadas para o 112, foram registados 5 casos, com impacto no acesso aos postos de atendimento da Segurança Pública. Este número é bem inferior ao registado em 2020, que teve 32 casos desta natureza.
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