O teste vai ser feito com a Telkom Kenya, um dos operadores do país que vai disponibilizar o serviço 4G a utilizadores de uma zona montanhosa usando os balões da empresa que integra a Alphabet, o grupo da Google. A aprovação da autoridade de aviação do Quénia deverá ser assinada nas próximas semanas, dando luz verde à iniciativa, depois das primeiras experiências em 2018.
A viabilidade da tecnologia, e a sua sustentabilidade comercial, vão ser postos à prova neste teste comercial, o primeiro depois do anúncio da ideia em 2011. Os balões da Loon querem levar serviços de internet a zonas remotas, sendo alimentados a energia solar e formando uma rede de conetividade em locais onde é muito caro construir torres de comunicações e levar rede de cabo ou fibra.
Nos últimos anos a Loon permitiu que operadores de rede no Peru e Porto Rico usassem os seus balões para ultrapassar a falta de torres de comunicações móveis em situações de desastre natural, mas sempre de forma gratuita. Ainda não foi experimentada nenhuma situação em que a rede esteja ligada a um plano de dados comercial.
Vários operadores demonstraram já interesse em usar a tecnologia da Loon, mas esperam por uma demonstração da fiabilidade e segurança, assim como da capacidade comercial. Em declarações à Reuters executivos da Telkom Indonesia, Vodafone New Zealand e da Orange garantiram que vão esperar para ver.
Apesar do aparente potencial de cobertura de rede com um investimento mínimo, as limitações apontadas à tecnologia são um risco que alguns operadores parecem não querer correr.
Uma rede de seis balões pode fornecer rede 4G a milhares de equipamentos e cobrir uma área da dimensão de Porto Rico, mas se o vento afastar os balões os utilizadores podem perder conetividade. A necessidade de energia solar é outra das limitações, sobretudo em zonas onde há menos tempo de exposição solar, como em algumas zonas dos Estados Unidos, Europa e China.
Segundo a informação técnica, usar os balões muito próximo das cidades também pode causar interferências das comunicações, e há ainda a necessidade de substituir os balões com regularidade, a intervalos de 5 meses, porque as componentes de plástico se degradam, o que sai caro já que cada balão custa milhares de dólares.
Nos últimos anos várias iniciativas para levar internet de forma barata a zonas remotas foram desenvolvidos por várias tecnológicas e para além da Google, que acolheu a Loon, também o Facebook desenvolveu o projeto Aquila, que acabou por abandonar no ano passado.
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