De acordo com novos dados da Anacom, a pandemia de COVID-19 provocou um forte crescimento dos serviços over-the-top (OTT), em particular das chamadas de voz ou vídeo, do streaming de vídeo on demand, da frequência de cursos online, assim como da compra de produtos através da Internet.

A entidade reguladora detalha que, em 2021, 80% dos utilizadores de Internet realizaram chamadas de voz ou vídeo. O valor representa uma subida de 10 pontos percentuais em relação a 2020 e de 27 pontos percentuais em comparação com 2019. Portugal terá mesmo ultrapassado a média da União Europeia, com mais 7 pontos percentuais, passando para a nona posição do ranking da utilização de serviços de chamadas de voz ou vídeo.

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Considerando o total de indivíduos, a penetração destes serviços seria de 66%, ultrapassando a média europeia (mais um ponto percentual) e passando da 23.ª para a 14.ª posição do ranking da União Europeia. Em 2019, Portugal ocupava o último lugar do ranking.

Os serviços de mensagens instantâneas foram utilizados por 91% dos internautas. Portugal também está acima da média europeia neste indicador (mais 12 pontos percentuais), ocupando a sexta posição do ranking. Olhando para o total de indivíduos, a penetração do serviço em Portugal seria de 75%, com o país a ficar cinco pontos percentuais acima da média europeia e a posicionar-se no 12º lugar do ranking.

A Anacom dá a conhecer que, em 2020, cerca de 34% dos internautas subscreveram a serviços video streaming on demand (mais 20 pontos percentuais do que em 2018), com Portugal a encontrar-se na 15.ª posição no ranking da União Europeia. Ao considerar o total de indivíduos, a penetração destes serviços em Portugal seria de 26% (mais 16 pontos percentuais que em 2018), passando Portugal para a 16.ª posição do ranking.

Em Portugal, a leitura de notícias online, a participação em redes sociais, a música online e a utilização de serviços bancários através da Internet foram outros dos serviços com níveis de participação superiores a 50%.

Em particular, a utilização de redes sociais, o acesso a informação online e a participação cívica e política online em Portugal foram significativamente superiores à média da União Europeia. Segundo a entidade reguladora, a utilização de serviços bancários através da Internet e o e-commerce eram mais populares na União Europeia do que em Portugal.

Os dados indicam que os indivíduos mais jovens, com o ensino superior, estudantes e com maiores rendimentos apresentaram uma maior propensão para a utilização dos diversos serviços OTT, espelhando o que acontece na média da União Europeia.

Porém, para alguns serviços OTT o crescimento anual foi maior para os grupos com menor utilização, como é o caso dos reformados e indivíduos com 45 ou mais anos na realização de chamadas de voz e vídeo pela Internet e dos desempregados e indivíduos com 55 a 64 anos na utilização de serviços de mensagens instantâneas.