As operadoras de telecomunicações já lançaram as suas primeiras ofertas comerciais de 5G e desde dezembro, os clientes da MEO, NOS e Vodafone já podem aceder às redes de nova geração. Esse plano inclui o pagamento de uma taxa de 5 euros adicional à sua conta, caso queira ativar o 5G, mas por enquanto pode usufruir de uma utilização promocional gratuita. Esta era válida até ao final de janeiro, mas as operadoras alargaram o prazo até 31 de março, ou seja, mais dois meses, tal como confirmaram ao SAPO TEK.
Mas ainda antes de começarem a faturar o acesso ao 5G aos seus clientes, essa decisão já está a ser contestada pela DECO Proteste. A Defesa do Consumidor questiona a taxa dos 5 euros de um serviço que ainda apresenta pouca cobertura nacional. A crítica aponta ainda a decisão de incluir a taxa nos pacotes com menos de 10 GB de internet.
A entidade aponta ainda o dedo às velocidades realmente praticadas pelos serviços, contra aquilo que descrevem nos respetivos websites. Diz que as velocidades anunciadas de até 10 Gbps são tetos máximos que se perspetiva que o 5G possa atingir no futuro, e não a velocidade atualmente disponível. Nos seus testes, a defesa do consumidor diz que usando a sua app QualRede, os dados apontam para uma velocidade média de download de 140 Mbps, quatro vezes mais que o 4G e de upload 17,5, o dobro da geração anterior. Diz ainda que pontualmente chegou a obter 300 Mbps de download e mais de 100 Mbps de upload.
Veja na galeria algumas propostas de smartphone com suporte a 5G:
Apesar da velocidade superior à geração anterior, a DECO Proteste afirma que os valores estão muito longe dos que são “vendidos” pelos operadores, prevendo apenas numa fase mais amadurecida da tecnologia. Aponta à NOS e Vodafone, como exemplos, que nos seus respetivos websites, são referidas velocidades até 10 Gbps de velocidade e até 5 milissegundos de tempo de resposta, sem esclarecer que se trata de uma realidade esperada a curto prazo.
Os 5 euros mensais, ou 60 por ano propostos pelo uso de 5G é uma taxa para quem não tem pacotes dos três operadores com pelo menos 10 GB de Internet. No caso da MEO, apenas os tarifários pós-pagos estão incluídos nesta exceção. A DECO aponta a decisão de se cobrar uma taxa pelo 5G nos tarifários mais utilizados e mais baratos, algo que não aconteceu nas transições de geração anteriores.
Segundo António Alves, coordenador de hi-tech da DECO Proteste, devido ao 5G estar numa fase inicial de implementação e cobertura reduzida, não faz muito sentido cobrar mais para ter acesso à nova tecnologia. Destaca ainda a necessidade de esclarecer os consumidores sobre o desenvolvimento e impacto real na vida digital dos portugueses.
Para usarem a rede 5G os clientes das três operadoras só precisam de ter um smartphone que suporte a tecnologia e configurar a sua rede como 5G/4G/3G automático. Não faltam smartphones com 5G e o SAPO TEK já identificou 10 propostas com preços variados.
Questionadas pelo SAPO TEK, as operadoras não indicam o número de antenas e sites onde já está disponível a tecnologia de 5G, referindo apenas que a rede de quinta geração móvel já está disponível nas capitais de distrito e que será progressivamente alargada ao resto do país. Veja mais informações sobre os preços dos tarifários aqui.
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