O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos está a planear utilizar dispositivos sem fios e outras novas tecnologias móveis no combate ao terrorismo, informou a publicação PC World. "A difusão rápida de informação a cidadãos e
agentes de autoridade, mediante o recurso a tecnologia wireless é uma grande prioridade", afirmou Steve Cooper, director de informática daquele organismo durante a exposição 2003 Federal Office Systems Exhibition, que está a ter lugar em Washington D.C.

Para tal, a agência governamental está à procura de companhias privadas
capazes de fornecer as ferramentas mais avançadas possíveis. Uma destas
consiste num sistema de alerta de crises que está actualmente a ser testado na Virginia, tendo sido demonstrada na exposição. Este sistema oferece aos residentes locais subscrições gratuitas a alertas de emergência, que são distribuídos a PDAs e telemóveis. Eventualmente, a tecnologia irá alocar as mensagens a códigos postais específicos, avisando os residentes para a existência de perigos nas sua proximidades.

Outras inovações tecnológicas semelhantes foram exibidas por dezenas de
companhias, muitas das quais já estão a fornecer equipamento informático ao governo dos EUA, ao passo que outras esperam vir a ganhar contratos na área da segurança interna.

Do software demonstrado mas que ainda não é actualmente utilizado pelo governo, contam-se uma base de dados ligando departamentos governamentais a mapas que representam graficamente desastres à medida que estes ocorrem, ferramentas que permitem que as agências passem ao lado da Internet quando partilham electronicamente informação, como ficheiros de vídeo em streaming e software que identifica os indivíduos pela retina do olho.

Criado recentemente, o Departamento de Segurança Interna encontra-se ainda na fase inicial da sua tarefa de juntar um vasto conjunto de agências federais e as suas variadas funções e responsabilidades sob uma só entidade e ligá-las aos governos estaduais e regionais.

As tecnologias empregues por algumas agências governamentais locais ou
federais incluem um número de esquemas de protecção técnica em lugar ou
complementando as tradicionais passwords. Os dispositivos biométricos, por exemplo, verificam as impressões digitais para conceder o acesso a algumas bases militares e PCs pertencentes ao governo. Por seu lado, o software de reconhecimento facial permite a entrada nalguns sistemas. Para além disso, foram já implementados programas de vigilância médica para monitorizar os registos dos hospitais no sentido de detectar potenciais ameaças de bioterrorismo.

Futuramente, as agências de segurança estaduais e locais poderão partilhar entre si informação sobre terrorismo em tempo real, mediante a utilização de tecnologia sem fios e mapas computorizados, assim como pela utilização de software de data-mining para analisar email e outras comunicações que poderão revelar ameaças terroristas. Contudo, o Departamento afirmou que pretende equilibrar estes esforços com as preocupações reveladas pelos grupos defensores da privacidade que temem uma restrição das liberdades civis.

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