Em 2008 o mercado europeu das telecomunicações móveis estava tão evoluído e tinha uma performance tão boa como o homólogo norte-americano. Mas nos últimos cinco anos houve uma mudança de paradigma e agora são os EUA quem lideram em inovação e qualidade dos serviços.

A conclusão é da investigação Mobile Wireless Performance in the EU and U.S da GSMA, que coloca em xeque o desempenho europeu na área das telecomunicações móveis. O mercado desagregado e o grande número de operadores parecem estar a condicionar o desenvolvimento do continente europeu como um "farol" das redes móveis.

Alguns dos dados do estudo da GSMA, a associação que reúne perto de 800 operadores de telecomunicações, realçam as grandes diferenças que existem entre utilizadores norte-americanos e europeus nos consumos mobile.

Os norte-americanos consomem cinco vezes mais tempo de chamadas telefónicas e consomem o dobro dos dados de Internet móvel, em comparação com os europeus. Em 2017 estima-se que o número de utilizadores de redes LTE no velho continente seja de 3%, enquanto nos EUA esse valor deve rondar os 20%.

Atualmente as velocidades médias de Internet móvel nos EUA são 75% superiores às europeias, muito por causa do aumento de investimento que os norte-americanos aplicaram - crescimento de 70% desde 2007 -, enquanto na Europa o valor tem diminuído de ano para ano.

Apesar das justificações que existem para as diferentes conclusões, o diretor de gestão da Navigant Economics - empresa que participou no estudo -, Jeffrey Eisenach, atribui o fracasso europeu à estrutura ineficiente dos mercados móveis.

Do lado europeu têm aparecido alguns sinais que mostram consciência da realidade apresentada no estudo e que precisa de ser alterada. A comissária europeia para a Agenda Digital, Neelie Kroes, espera conseguir criar um mercado único de telecomunicações já em 2014 e tem sido uma das figuras que tem apoiado os investimento que a UE tem feito no 5G que deverá chegar em 2020.

Vídeo vai impulsionar o tráfego móvel

Segundo o mais recente relatório da Ericsson Mobility, o consumo de conteúdos vídeo online nos smartphones vai ser um dos grandes responsáveis pelo aumento no tráfego móvel a nível mundial. Segundo a investigação da empresa sueca, até 2018 o consumo de Internet móvel em smartphones e tablets vai crescer até 12 vezes.

O crescimento das redes LTE, que em 2018 devem cobrir 60% do território habitado, vai ajudar a que o consumo de vídeos em dispositivos móveis seja mais ágil e vai permitir também que o acesso às redes sociais seja uma atividade consolidade durante os próximos anos.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico