A questão da normalização e a necessidade de um enquadramento regulatório
favorável a nível nacional e internacional serão duas condições decisivas
para o crescimento das ligações sem fios à Internet nos países em vias de
desenvolvimento. Esta foi uma das principais conclusões retiradas de uma
conferência ontem realizada na Organização das Nações Unidas, cuja realização esteve a
cabo do Wireless Internet Institute e da Information and
Communication Technologies Task Force
da ONU, noticiou o site Infoworld.



Neste fórum participaram executivos, académicos, empresários e
representantes de governos que se juntaram à mesma mesa com o objectivo de
discutir o que está a ser feito a este nível e que medidas a tomar para uma
introdução mais efectiva de redes Wi-Fi em países fustigados pela pobreza e
com insuficientes infraestruturas comunicacionais.



Para alguns participantes, entre os quais Patrick Gelsiner, director tecnológico da Intel, o acento tónico de todo este processo deve ser
colocado numa legislação mais adequada à difusão das redes
Wi-Fi, que serviria de elemento catalizador para a implementação
generalizada desta tecnologia em cada nação, à semelhança daquilo que
sucedeu nos países actualmente com infraestruturas wireless mais
desenvolvidas.



Para o mesmo, os serviços baseados em Wi-Fi têm menos encargos no que diz
respeito à sua distribuição quando comparados com outras tecnologias de
banda larga como o ADSL ou o 3G. Na opinião de Gelsiner, a implementação das redes
Wi-Fi é mesmo "a única maneira de construir infraestruturas de banda larga
em países em vias de desenvolvimento", de acordo com declarações citadas pelo
Infoworld.



Por entre várias opiniões de carácter técnico que salientaram, na mesma
conferência, a necessidade de implementação das redes wireless, Paul
Meyer, co-fundador do IPKO
(Internet Project Kosovo) - um ISP criado com o objectivo de facilitar
as comunicações de grupos humanitários no Kosovo - aproveitou para lançar
um alerta: "As empresas de tecnologia são muito melhores do que as
agências internacionais a construir infraestruturas (...). Quero desafiar
todos aqui presentes a pensar menos nas redes e nos standards, e a
pensar mais no problemas que as pessoas realmente têm neste tipo de países
de que estão a falar. A tecnologia é apenas uma pequena parte da solução dos
seus problemas", segundo a mesma fonte.



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