Representantes da Associação Europeia de Operadores de Telecomunicações (ETNO) encontraram-se ontem em Bruxelas com Viviane Reding, comissária europeia para a Sociedade da Informação e Neelie Kroes, comissária europeia para a competitividade, no âmbito do processo de revisão às políticas regulamentares da Europa para as Comunicações Electrónicas.



O grupo, que se fez representar com 25 gestores de topo, procurou sensibilizar os responsáveis europeus para a necessidade de rever a orientação regulatória do sector, diminuindo as medidas que limitam a actuação dos operadores incumbentes e os obrigam a abrir a sua infra-estrutura em condições especiais aos novos operadores.



Na perspectiva da associação, a situação prejudica as empresas e a sua capacidade para competir em cenários internacionais.



As ETNO defende por isso que, a prazo, o mercado das telecomunicações passe a reger-se pelas regras da concorrência, reduzindo o peso da regulação e controlo sobre os incumbentes que por agora são obrigados a garantir acesso ás suas infra-estruturas a preços competitivos.



"Pedimos à comissária Reding que tenha coragem", disse Michael Bartholomew director da associação europeia que representa 40 incumbentes em 34 países, citado pelo Cellular News. O responsável defende que seja "adoptada uma agenda desregulatória que permita [aos nossos membros] competir numa escala global".



Na comunicação anterior ao encontro, publicada no site da associação, já se referia que "a imposição sistemática de acesso às redes pode não encorajar investimentos em infra-estruturas alternativas, para além de contrariar os objectivos intrínsecos da política da UE na sua missão de encorajar as operações baseadas na competividade".



Na reunião os representantes da associação - que integra nomes como a France Telecom, a TeliaSonera, Telenor, BT, Deutsche Telekom ou a Belgacom - defenderam ainda a criação de incentivos, por parte dos Governos, aos investimentos em infra-estruturas de banda larga.



Os contactos realizados pelas comissárias europeias irão contribuir para a formulação de novas propostas de acção a apresentar até final do mês.



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